Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que acabou com a Lava Jato porque não há corrupção no seu governo. “Eu desconheço lobby para criar dificuldade e vender facilidade, não existe. É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”.Nesta quarta-feira (14), o presidente voltou a se manifestar sobre o assunto. Ele afirmou a apoiadores o que faria caso encontrasse algum caso de corrupção em seu governo. “Se acontecer alguma coisa, a gente bota para correr, dá uma voadora no pescoço dele. Mas não acredito que haja no meu governo”.Poucas horas mais tarde, no entanto, uma notícia parece contradizer discurso e prática. A Polícia Federal apreendeu dinheiro entre as nádegas de vice-líder do governo Bolsonaro, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), em ação sobre Covid-19. A informação foi divulgada pela revista Crusoé e confirmada pela Folha.Deflagrada pela PF e pela CGU (Controladoria Geral da União), a Operação Desvid-19 tinha o objetivo de coletar informações sobre o desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. Cada congressista tem direito a R$ 15 milhões por ano em emendas ao Orçamento da União.Os valores eram destinados ao combate à pandemia da Covid-19 —recursos administrados pela Secretaria de Saúde de Roraima.Cerca de R$ 30 mil foram encontrados na casa do parlamentar. Em nota, ele disse que confia na Justiça e que irá provar não ter envolvimento com qualquer ato ilícito.O assunto rapidamente viralizou nas redes sociais. Em poucas horas, #PropinaNaBunda era o principal tópico no Twitter, com mais de 13 mil tuítes. Confira repercussão:<blockquote class="twitter-tweet">Não fale que o vice-líder do Governo Bolsonaro é do Governo Bolsonaro, só porque ele é vice-líder do Governo Bolsonaro. Seus comunas implicantes! <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/TR0a2SqxLt">pic.twitter.com/TR0a2SqxLt</a>— Cristiane Martins (@CristianBSales) <a href="https://twitter.com/CristianBSales/status/1316532076976443393?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">“Acabei com a Lava-Jato porque não tem corrupção no governo” - Bolsonaro, Jair.  O governo:<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/JsytjgBKbs">pic.twitter.com/JsytjgBKbs</a>— Hud ️‍ (@hudsonbonatto) <a href="https://twitter.com/hudsonbonatto/status/1316546659795558400?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Onde está o dinheiro ???????? <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/8BLVDlGc6e">pic.twitter.com/8BLVDlGc6e</a>— ( Lilo ) (@lilomamadeira) <a href="https://twitter.com/lilomamadeira/status/1316536170394902528?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">O que está acontecendo é simplesmente surreal. E aí, Bolsonaro, acabou a corrupção? É voadora? Como é que é? <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/D0L2mHGq3n">pic.twitter.com/D0L2mHGq3n</a>— #Dia18EuVou Vem Pra Rua (@VemPraRua_br) <a href="https://twitter.com/VemPraRua_br/status/1316517561526353920?ref_src=twsrc%5Etfw">October 14, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">A partir de agora os defensores do Mito <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/AI3aklCjUM">pic.twitter.com/AI3aklCjUM</a>— SandraMachado (@SandraMachado00) <a href="https://twitter.com/SandraMachado00/status/1316537871243845632?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Não, apesar das brincadeiras, dos memes e zoação, a gte ri pra não chorar, é muito triste ver o nosso país sendo ridicularizado, nossos políticos passando tanta vergonha: Eu não aceito fazer parte da República dos bundões<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/a5p2mHqUcq">pic.twitter.com/a5p2mHqUcq</a>— ೃ✧ Ld ೃ✧ (@Ld_Cml) <a href="https://twitter.com/Ld_Cml/status/1316576372622585858?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote>Bolsonaro já disse ter quase uma união estável com senador flagrado com dinheiro nas nádegas.<blockquote class="twitter-tweet">" Quase uma união estável." <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/5RDpqsA95Y">pic.twitter.com/5RDpqsA95Y</a>— O MUSEU DA DIREITA HISTÉRICA (@da_museu) <a href="https://twitter.com/da_museu/status/1316557332806066177?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Acabou a corrupção, talkey!!! <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/isarVNsEYC">pic.twitter.com/isarVNsEYC</a>— Corrente do Bem (@corrente_clara) <a href="https://twitter.com/corrente_clara/status/1316547598333939714?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Confirmado: líder do governo optou por investir na poupança. <a href="https://twitter.com/jairbolsonaro?ref_src=twsrc%5Etfw">@jairbolsonaro</a> vai dar tesourada?<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a>— Avelino Ⓜ️arques ⚖️ (@A_Marques6) <a href="https://twitter.com/A_Marques6/status/1316529302637346818?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Esse aí cansou da rachadinha e botou logo foi no rachadão.<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/S5Ppe6IrDs">pic.twitter.com/S5Ppe6IrDs</a>— Martha Arrocha (@MarthaArrocha2) <a href="https://twitter.com/MarthaArrocha2/status/1316544112364052481?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">"Para se ter uma ideia, algumas notas estavam sujas de fezes"  AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH <a href="https://t.co/UGxwcHkr8r">https://t.co/UGxwcHkr8r</a>— André Guedes (@aguedescartoon) <a href="https://twitter.com/aguedescartoon/status/1316512327248883714?ref_src=twsrc%5Etfw">October 14, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Dinheiro na carteira é pros fracos...<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/1TCQZvQ1qr">pic.twitter.com/1TCQZvQ1qr</a>— Corrente do Bem (@corrente_clara) <a href="https://twitter.com/corrente_clara/status/1316548414109372417?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Sequência de comentários do tio do pavê sobre<a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> :  - o vice deve tá com o cu na mão agora né? - tem que ter cu pra ser vice do bolsonaro hein? - não tenho nádegas a declarar sobre isso! - cada um sabe o cu que tem <a href="https://t.co/PeKKGvy3CM">pic.twitter.com/PeKKGvy3CM</a>— Lekka Sparrow (@allekka87) <a href="https://twitter.com/allekka87/status/1316547815246565376?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Rapaz, isso vai entrar pros anais da política brasileira durante o governo Bolsonaro kkkk <a href="https://t.co/jzz7tkzzHJ">pic.twitter.com/jzz7tkzzHJ</a>— _ (@Micheleir_a) <a href="https://twitter.com/Micheleir_a/status/1316544773847646209?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">"O que os caras querem é a nossa hemorroida". Agora compreendemos perfeitamente o significado da frase emblemática de <a href="https://twitter.com/jairbolsonaro?ref_src=twsrc%5Etfw">@jairbolsonaro</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> do vice-líder do desgoverno do incapaz. <a href="https://t.co/gW1PAO6BTe">https://t.co/gW1PAO6BTe</a>— Vika808 (@Vika8081) <a href="https://twitter.com/Vika8081/status/1316534865345511424?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet"><a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> agora eu sei o porquê das notas de 200. Cabe mais kakakakakka <a href="https://t.co/Ku4B62ncRm">https://t.co/Ku4B62ncRm</a>— Philipe Silva (@JPhilipersm) <a href="https://twitter.com/JPhilipersm/status/1316526199150202880?ref_src=twsrc%5Etfw">October 14, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Antigamente os políticos tinham mais respeito pelo dinheiro, alugavam um apê só pra guardar propina, tudo arrumadinho e limpinho.  Agora esculachou geral.<a href="https://twitter.com/hashtag/SDDSGeddel?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#SDDSGeddel</a><a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/GW4vSJ4bS4">pic.twitter.com/GW4vSJ4bS4</a>— Fábio (@o_colecionador) <a href="https://twitter.com/o_colecionador/status/1316547983224320000?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">Lava Toba! Um bom nome para a próxima Força-tarefa! <a href="https://twitter.com/hashtag/PropinaNaBunda?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#PropinaNaBunda</a> <a href="https://t.co/PSKaVB8fKk">pic.twitter.com/PSKaVB8fKk</a>— SandraMachado (@SandraMachado00) <a href="https://twitter.com/SandraMachado00/status/1316545893861134338?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script><blockquote class="twitter-tweet">E a Polícia Federal que agora vai ter que fazer lavagem de dinheiro?— Marcelo Feller (@FellerMarcelo) <a href="https://twitter.com/FellerMarcelo/status/1316531282197786626?ref_src=twsrc%5Etfw">October 15, 2020</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Dinheiro nas nádegas de senador rende trocadilhos nas redes

Política

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<img attr-cid="policy:1.3288377" attr-version="policy:1.3288377:1752585789" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3288377/54579483617_b4f447d63e_c.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado (Gustavo Moreno/STF)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu na noite desta segunda-feira (14) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos outros sete réus do núcleo central da trama golpista.

O posicionamento está nas alegações finais da acusação no processo, entregue por Paulo Gonet ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A cooperação entre si dos denunciados para esse objetivo derradeiro, sob a coordenação, inspiração e determinação derradeira do ex-presidente da República denunciado, torna nítida a organização criminosa, no seu significado penal", escreve Gonet no documento.

A peça foi entregue momentos antes do fim do prazo, que era às 23h59. A expectativa no Supremo é que o processo sobre a tentativa de golpe de Estado esteja pronto para ir a julgamento no início de setembro.

O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.

Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.

"Ainda que nem todos tenham atuado ativamente em todos os acontecimentos relevantes na sequência de quadros em que se desdobraram as ações contra as instituições democráticas, todos os denunciados colaboraram, na parte em que lhes coube em cada etapa do processo de golpe, para que o conjunto de acontecimentos que compõem os crimes denunciados ganhasse realidade, entrosando-se numa concordância de sentido e finalidade", diz a PGR no documento.

O procurador-geral ressalta ainda que, pelo exposto, "todos os personagens do processo em que a tentativa do golpe se desdobrou são responsáveis pelos eventos que se concatenam entre si".

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/politica/barroso-defende-stf-e-diz-que-trump-tem-compreens-o-imprecisa-dos-fatos-1.3287836" target="_blank">Barroso defende STF e diz que Trump tem 'compreensão imprecisa dos fatos'</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/politica/reuni-o-as-pressas-entre-bolsonaro-e-tarcisio-teve-aval-silencioso-e-temor-com-tarifaco-1.3287707" target="_blank">Reunião às pressas entre Bolsonaro e Tarcísio teve aval silencioso e temor com tarifaço</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/politica/lula-prepara-ofensiva-para-dialogar-com-empresarios-e-expor-bolsonaro-como-pai-do-tarifaco-de-trump-1.3287668" target="_blank">Lula prepara ofensiva para dialogar com empresários e expor Bolsonaro como pai do tarifaço de Trump</a></div>

Na Presidência, Bolsonaro acumulou uma série de declarações golpistas às claras, provocou crises entre os Poderes, colocou em xeque a realização das eleições de 2022, ameaçou não cumprir decisões do STF e estimulou com mentiras e ilações uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral do país.

Após a derrota para Lula, incentivou a criação e a manutenção dos acampamentos golpistas que se alastraram pelo país e deram origem aos ataques do 8 de Janeiro.

Nesse mesmo período, adotou conduta que contribuiu para manter seus apoiadores esperançosos de que permaneceria no poder e, como ele mesmo admitiu publicamente, reuniu-se com militares e assessores próximos para discutir formas de intervir no TSE e anular as eleições.

No documento da PGR entregue nesta segunda ao Supremo, Gonet trata das inconsistências na delação premiada de Mauro Cid e sugere uma redução de apenas um terço da pena, e não dois terços a que ele teria direito pela colaboração.

Gonet cita tanto o episódio em que Moraes ouviu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro novamente, em novembro de 2024, por causa de supostas omissões relacionadas a um plano de matar e sequestrar autoridades, quanto a informação, que veio à tona em junho deste ano, de que ele teria uma conta ativa nas redes sociais para se comunicar com o ex-presidente.

Gonet afirma, por um lado, que omissões e a adoção de uma "narrativa ambígua" não afetariam as provas da ação —que tem na delação de Cid um elemento central.

<cite>Diante do comportamento contraditório, marcado por omissões e resistência ao cumprimento integral das obrigações pactuadas, entende-se que a redução da pena deva ser fixada em patamar mínimo. O Ministério Público sugere, na esteira dessa construção, a redução de 1/3 da pena", diz a PGR.</cite>

Assim a PGR rejeita concessão de perdão judicial ou conversão de pena restritiva de direitos, "uma vez que esses benefícios exigem colaboração efetiva, integral e pautada pela boa-fé, requisitos não plenamente evidenciados no presente caso".

A apresentação dos argumentos é a última etapa antes de o STF marcar a data para o julgamento do caso, e Gonet teve 15 dias para enviar essa manifestação. Embora o Judiciário esteja em recesso em julho, os prazos processuais do caso não foram suspensos.

O Código de Processo Penal e a jurisprudência do Supremo definem que ações penais com réus presos não são paralisadas nas férias —é o caso do processo do golpe, com o ex-ministro Walter Braga Netto detido no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.

Agora, o mesmo prazo será dado para manifestação do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro e firmou acordo de delação premiada. Por último, os demais réus têm as mesmas duas semanas para suas alegações finais.

<img attr-cid="policy:1.3288379" attr-version="policy:1.3288379:1752585854" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3288379/54579568877_4ac6e18439_c.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
A PGR também pede a condenação de ex-ministros, militares e aliados próximos de Bolsonaro (Ton Molina/STF)

Além de Bolsonaro, são réus sob acusação de integrar o núcleo central da trama golpista: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Todos os réus do caso respondem por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas podem passar de 40 anos de prisão.

O processo da trama golpista foi aberto em 11 de abril deste ano. No mesmo dia, Moraes determinou a intimação das partes para apresentarem a defesa prévia.

Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a fazer acusações contra o STF e o julgamento do caso, afirmando se tratar de uma "caça às bruxas". Na ofensiva em defesa de Bolsonaro, o americano anunciou uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

O presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, divulgou uma carta na qual afirmou, sem citar nominalmente Trump, que as sanções anunciadas pelo país se baseiam em uma "compreensão imprecisa dos fatos" que ocorreram no Brasil.

Barroso disse ainda que, diferentemente do que ocorria nos tempos dos regimes de exceção, no país hoje "não se persegue ninguém".

O presidente do STF listou fatos desde 2019, como as tentativas de atentado no aeroporto de Brasília, de invasão da sede da Polícia Federal e de explodir o STF, as acusações falsas de fraude eleitoral na eleição presidencial e acampamentos em frente a quartéis do Exército para pedir a deposição do presidente eleito.

PGR reitera pedido de condenação de Bolsonaro e outros 7 réus em alegações finais

TRAMA GOLPISTA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu pela primeira vez impactos negativos da sobretaxa imposta por Donald Trump, dos Estados Unidos, ao Brasil, mas repetiu o discurso de seus filhos ao insistir que a solução para o problema é a anistia aos golpistas de 8 de Janeiro e da trama de 2022 para impedir a posse de Lula na Presidência.

"Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%", disse Bolsonaro em suas redes sociais.

Foi a primeira vez que Bolsonaro adotou este tom para tratar do tema.

Até aqui, seus filhos --o deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)-- vem comandando a ofensiva para tentar emplacar o discurso de que a anistia é a solução para a taxação.

O ex-presidente repetiu a narrativa e tentou se distanciar da culpa pelo tarifaço ao afirmar que são as autoridades brasileiras que devem resolver o problema.

"A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia", completou.

<div class="p-readmore-box">
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/politica/reuni-o-as-pressas-entre-bolsonaro-e-tarcisio-teve-aval-silencioso-e-temor-com-tarifaco-1.3287707" target="_blank">Reunião às pressas entre Bolsonaro e Tarcísio teve aval silencioso e temor com tarifaço</a>

<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/politica/lula-prepara-ofensiva-para-dialogar-com-empresarios-e-expor-bolsonaro-como-pai-do-tarifaco-de-trump-1.3287668" target="_blank">Lula prepara ofensiva para dialogar com empresários e expor Bolsonaro como pai do tarifaço de Trump</a>
</div>

Até aqui aliados de Bolsonaro tentavam emplacá-lo como possível negociador para resolver a tarifa. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inclusive chegou a pedir que o STF (Supremo Tribunal Federal) liberasse o ex-presidente para viajar aos Estados Unidos com este propósito.

Na carta em que justificou a taxação de 50% a produtos brasileiros, Trump não citou nenhum fator econômico, mas sim o inquérito do STF sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, no qual Bolsonaro é réu.

Na publicação, o ex-presidente admitiu que o tarifaço dos Estados Unidos é, na verdade, uma medida política que "tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia".

Tanto Eduardo Bolsonaro como Flávio Bolsonaro já afirmaram que a solução para o tarifaço é uma "anistia ampla, geral e irrestrita", usando a terminologia do perdão dado aos militares na Ditadura brasileira.

Eduardo se licenciou do cargo de deputado para viajar aos Estados Unidos justamente com o propósito de tentar fazer com que Trump apoiasse seu pai, Bolsonaro.

&nbsp;

Bolsonaro admite pela 1ª vez impacto do tarifaço, mas insiste em anistia como prioridade

 Estados Unidos

A reforma tributária brasileira, que visa simplificar o complexo sistema de impostos sobre o consumo, introduz o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unificará o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o ISS (Imposto sobre Serviços). Uma das mudanças mais significativas e debatidas é a cobrança do IBS no destino, e não na origem, o que promete remodelar a distribuição de arrecadação entre os entes federativos. Contudo, essa transição não será rápida, estendendo-se por surpreendentes 70 anos, conforme detalhado no PLP 68/2024.

O Cronograma da Transição: Décadas de Adaptação

A transição para a plena cobrança do IBS no destino é dividida em duas fases distintas, estendendo-se por quase um século. A Fase I, que dura 50 anos, tem seu término previsto para 2077. Esta etapa inicial estabelece as bases para a mudança. Posteriormente, a Fase II se estende por mais 20 anos, culminando em 2097. Isso significa que, somente daqui a mais de sete décadas, o sistema estará totalmente ajustado para que o IBS seja integralmente arrecadado no local onde o bem ou serviço é consumido.

Retenções do Comitê Gestor: Um Mecanismo de Equilíbrio

Durante esse longo período de transição, o Comitê Gestor do IBS (CG-IBS) terá um papel crucial na regulação da arrecadação. Ele será responsável por realizar retenções do produto da arrecadação destinada a cada Estado, Distrito Federal e Município. O objetivo principal dessas retenções é minimizar o impacto na arrecadação atual de estados e municípios produtores que hoje dependem significativamente do imposto cobrado na origem. A ideia é evitar perdas abruptas de receita que poderiam desestabilizar as finanças públicas desses entes federativos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/opiniao/tendencias-e-ideias/os-insumos-agropecuarios-e-a-reforma-tributaria-1.3256047" target="_blank">Os insumos agropecuários e a reforma tributária</a></div>

O processo de retenção seguirá uma escala gradual:

<ul>
	<li>De 2029 a 2032, 80% da arrecadação será retida pelo CG-IBS.</li>
	<li>Em 2033, a porcentagem sobe para 90%.</li>
	<li>De 2034 a 2077, os 90% estabelecidos em 2033 serão gradualmente reduzidos em 1/45 (um quarenta e cinco avos) a cada ano.</li>
</ul>

É importante notar que, contrariando a percepção de que as retenções terminariam em 2077, o Artigo 122 do PLP 68/2024 esclarece que elas se estenderão até 2097. Essa extensão garante que o ajuste na distribuição da arrecadação seja ainda mais gradual e que os entes federativos tenham tempo suficiente para se adaptar às novas realidades financeiras.

A finalidade primordial dessas retenções, conforme o Artigo 124, é permitir que o CG-IBS realize a apuração e os ajustes necessários para a correta destinação do produto da arrecadação. Esse mecanismo de compensação é essencial para que a transição para a cobrança no destino ocorra de forma a não prejudicar severamente a receita dos municípios e estados atualmente beneficiados pela tributação na origem.

Em suma, a transição para a cobrança do IBS no destino é uma empreitada de longo prazo, planejada para ser realizada em décadas. Esse cronograma extenso e as complexas regras de retenção refletem a preocupação em promover uma reforma tributária que, ao mesmo tempo em que moderniza o sistema, garanta a estabilidade fiscal dos entes federativos brasileiros.

Até o final desta jornada o Comitê Gestor irá concentrar o poder de arrecadar e distribuir o imposto, tendo mais poderes do que os próprios prefeitos e governadores, no que se refere a gerenciamento e aplicação de recursos.

Ivo Ricardo Lozekam&nbsp;é&nbsp;tributarista, contador e advogado, articulista de diversas publicações, destacando-se a Revista Brasileira de Estudos Tributários; Repertório de Jurisprudência IOB; Coluna Checkpoint da Thomson Reuters; Associado ao IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação; e Associado da APET - Associação Paulista de Estudos Tributários. Seus&nbsp;artigos&nbsp;de doutrina sobre a recuperação do crédito acumulado de ICMS, constam no repertório de vários Tribunais Estaduais, incluindo o STJ - Superior Tribunal Federal , e o STF - Supremo Tribunal Federal.

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A Longa Jornada do IBS: A Transição de 70 Anos para a Cobrança no Destino

Opinião

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Matéria - Opiniao - JTO

Ivo Ricardo Lozekam

Regina Duarte, 78, relembrou sua breve passagem pela Secretaria Especial da Cultura. Foram 74 dias no cargo, no início do governo de Jair Bolsonaro, em 2020, e a atriz reconheceu que não se sentia preparada para assumir a pasta. Ela explicou o motivo de ter aceitado o convite: "Era o Bolsonaro me chamando, um homem que eu admirava e continuo admirando", afirmou.

A intérprete de Raquel Accioly na primeira versão de "Vale Tudo", exibida há 37 anos, considerou a experiência relevante, mesmo por um curto período. "Foi importante para a minha vida ver como funciona o jogo político, o chamado 'chão de plenário'. Quando você tem talento, eles te elogiam assim: 'Você devia se candidatar'", contou em entrevista ao podcast apresentado por Cátia Fonseca, no YouTube.

A atriz lembrou ainda que recebeu o convite em um sábado e acabou aceitando na segunda-feira. Disse que tentou formar sua equipe, mas enfrentou resistência: "Nenhum amigo quis. Eram pessoas que eu achava que podiam contribuir comigo."

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Regina assumiu oficialmente o cargo em 4 de março de 2020 e foi exonerada em 10 de junho do mesmo ano. Sua saída já havia sido anunciada em 20 de maio, com a previsão de assumir um cargo na Cinemateca Brasileira, o que não se concretizou.

Ela também comentou decisões que tomou durante sua gestão, como a liberação da atividade dos circos em plena pandemia da Covid-19. "Os circos foram fechados, e eu fiquei chocada porque eles dependem do faturamento diário para se alimentar. Me deu tanto desespero que eu liberei o circo e eles começaram a rodar pelo Brasil. Fico orgulhosa, consegui pelo menos uma coisa."

Regina não fugiu da questão dos remakes de novelas brasileiras. Ela criticou esse tipo de produção, afirmando que considera desrespeitoso com o elenco original. "É como traição aos atores que aceitam fazer um remake", disse. Para ela, refilmagens só fariam sentido se fossem destinadas a aprimorar obras que não tiveram grande sucesso. "Uma coisa que foi bem feita, bem recebida, 100% de audiência, não precisa de remake", comentou.

Ela seguiu, dizendo que as tramas antigas ainda podem ser assistidas em catálogos de streaming. "Ainda mais hoje, que você entra lá e pode ver cenas dessa novela que está sendo refeita agora... Eu acho um privilégio viver num mundo em que o que eu fiz há 20 anos está disponível hoje", completou.

Regina Duarte também falou sobre um possível retorno às novelas da TV Globo, mas impôs uma condição: só retornaria para uma possível novela do autor Manoel Carlos. O criador de Por Amor e Mulheres Apaixonadas, de 92 anos, porém, está longe do trabalho e foi diagnosticado com Parkinson. "Olha, com Maneco eu faria qualquer coisa. Se fosse o Maneco, com quem eu fiz três Helenas, fiz outras coisas também, eu não pestanejo. Maneco tem um entendimento do ser humano que é muito raro", concluiu.