O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a dizer que há supernotificação de mortes e casos por Covid-19 no Brasil. Deu a declaração a apoiadores nesta quarta-feira (9) dois dias depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) negar a autoria de um relatório com dados não comprovados sobre as mortes por Covid-19 utilizado pelo chefe do Executivo para defender a tese.“No meu entendimento, sim, tivemos supernotificações no Brasil. Alguns governadores praticaram isso aí. Em consequência, tem gente querendo desqualificar o que estou falando para não incriminar governadores”, disse Bolsonaro na manhã desta quarta-feira.Desta vez, o presidente disse que “segundo os estudos ali, estudos estatísticos não conclusivos, a supernotificação pode chegar a 45% [em 2020]”. Na segunda-feira (7), Bolsonaro afirmou que “em torno de 50% dos óbitos de 2020 por Covid não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”.O documento, entretanto, foi feito em caráter pessoal e não foi chancelado pelo TCU. Foi produzido pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. O funcionário será afastado de suas funções.Segundo apurou o Poder360, o afastamento do cargo efetivo de auditor deve ser realizado ainda nesta quarta-feira (9). Marques já foi retirado da equipe de fiscalização da covid-19 do tribunal.Bolsonaro disse ainda que medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos foram justificadas pela suposta supernotificação de casos e mortes.“Com supernotificações, alguns governadores tinham que justificar isso aí. Justificam como? Com lockdown, toque de recolher, fechamento de comércio, arrebentando com a população do Brasil, levando à morte por outros meios, depressão, suicídio, desespero”, disse o presidente.