Lançado na quarta-feira (13), o partido que o presidente Jair Bolsonaro quer criar –Aliança pelo Brasil– acumula mais de 620 mil seguidores no Facebook, Instagram e Twitter em três dias.No microblog, são 124 mil seguidores. Nas duas redes sociais de Mark Zuckerberg, Facebook e Instagram, são 218 mil e 278 mil, respectivamente.Uma das estratégias para a criação da legenda é a coleta de assinaturas eletrônicas. Atualmente, a prática, não é aceita pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No entanto, os apoiadores de Bolsonaro dizem esperar alteração nas regras que permita esse tipo de procedimento.O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) afirmou na terça-feira (12) que o TSE “ainda não [permite a coleta eletrônica], mas vai [permitir]”. Ele concedeu entrevista a jornalistas que aguardavam a saída de deputados federais do PSL no Palácio do Planalto. Os congressistas alinhados ao presidente foram chamados por ele para uma reunião. Bolsonaro disse que sairia do PSL e criaria uma sigla.O objetivo, disse Silveira, é que o partido seja efetivado já em março do ano que vem, quando deputados querem criar uma janela de mudança partidária de olho nas eleições de 2020. Assim, a adesão à legenda do presidente seria facilitada para o pleito municipal.Ministros do TSE afirmam de modo reservado que há dúvidas sobre a validade da coleta de assinaturas por meio eletrônico. Admitem que esse procedimento poderá vir a ser validado pela corte com base na interpretação da legislação que existe hoje. Mesmo assim, consideram improvável que o novo partido seja criado a tempo de disputar as próximas eleições municipais em 2020.TEMPO MÉDIO: MAIS DE 3 ANOSO Poder360 mostrou que 3 anos e 5 meses foi o tempo médio para criação dos 6 partidos registrados desde 2010. O mais rápido foi o PSD, do ex-ministro Gilberto Kassab, que levou 193 dias da fundação ao registro.A nova sigla de Bolsonaro teria que ser criada em 141 dias a partir de hoje para disputar as eleições municipais do ano que vem. O partido precisa estar em funcionamento até 6 meses antes do pleito.Mesmo com uma eventual permissão de coleta eletrônica, o esforço não é trivial: são necessárias 490 mil assinaturas vinculadas aos títulos de eleitor. Depois de coletadas, a Justiça Eleitoral precisa validá-las, o que leva meses: cada cartório eleitoral precisa atestar que os nomes, títulos e assinaturas correspondem aos registros oficiais. Nessa etapa, costumam ser invalidados muitos apoios.O PSD, de Kassab, e a Rede, da ex-ministra Marina Silva, tiveram esse problema. Uma série de signatários havia morrido. Por isso, assinaturas foram anuladas.CARLOS BOLSONAROCom foco em assinaturas eletrônicas e um perfil no Twitter que já supera 100 mil seguidores, o Aliança pelo Brasil foi anunciado no mesmo dia em que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, desativou suas contas em redes sociais. No dia seguinte ao anúncio de que o presidente criaria um partido, o Aliança foi lançado nas redes sociais.Desde que Carlos saiu do Twitter, a conta do presidente teve uma alteração: as publicações, antes feitas por um iPhone, passaram a ser publicadas de um aparelho Android.