A notícia de que o Governo da China comprou mina de urânio na Amazônia, espalhada por grupos de whatsapp, caiu ontem como uma bomba em reports de grandes empresas de vários países. Não foi bem isso. A mineradora peruana Taboca, que opera mina de estanho em Presidente Figueiredo (AM), realmente foi vendida (por US$ 340 milhões) para a chinesa CMNC. Mas ali se extrai vários tipos de minério, como estanho, tório em resíduo e o nióbio – este sim, o que mais interessa aos asiáticos, por ser amplamente usado na indústria náutica, aeronáutica e de suprimentos eletroeletrônicos, o trilionário mercado chinês hoje no mundo. Há, sim, urânio na reserva, mas rejeitado na exploração, e fiscalizado de perto pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. E qualquer uso do material deve ser condicionado à aprovação do Congresso e em parceria com a Indústrias Nucleares do Brasil. Ou seja, é mera especulação que a China vai extrair urânio para enriquecer o produto em seu país com fins bélicos.