A mudança no comando da Polícia Federal não é a única que Jair Bolsonaro vai tentar impor aos ministros. Ele avisou a vários deles em tensa reunião nesta quarta-feira: “Acabou essa coisa de porteira fechada nos ministérios”.O presidente vai querer colocar pessoas de sua confiança em estatais, órgãos e nos escalões inferiores da pasta. Já foi assim na composição do Ministério da Saúde, o ministro não teve carta branca, como relatou ao BR Político um integrante do governo depois da reunião.O aviso fez com que vários integrantes da Esplanada ficassem de sobreaviso, e foi entendido como um aviso de que a recomposição inclusive política do governo, que tenta atrair o Centrão para escapar do isolamento no Congresso e do risco de que a Câmara instaure um processo de impeachment contra Bolsonaro, incluirá acesso a postos importantes em pastas antes blindadas, como Justiça e até Economia — onde o presidente estuda desmembrar a área do Trabalho para entregar ao PTB de Roberto Jefferson.No caso da PF, sabe-se que Maurício Valeixo há muito desagrada Bolsonaro e não conta com a simpatia de políticos tradicionais, como os agora cobiçados integrantes do PP, partido mais investigado na Lava Jato e cujo líder, Arthur Lyra, participou de animada live com Bolsonaro nesta semana.Esse loteamento de cargos para políticos condenados e outros investigados é outra das razões que podem levar Moro a deixar o governo.