Os vereadores de Palmas aprovaram 181 projetos de lei no período de fevereiro de 2013 a junho de 2016, sendo que apenas 15,5% dessas matérias tinham algum potencial de contribuir para melhorar a vida da população, assim concluiu o Observatório Social de Palmas sobre análise feita dos trabalhos dos vereadores. A análise aponta que 84,5% dos projetos aprovados tratam de: declarações de utilidade pública, concessão de títulos de cidadão palmense, datas comemorativas e denominações de espaços públicos diversos.O estudo do Observatório frisa que: “apenas o número de projetos de Lei aprovados não basta para avaliar o desempenho da Casa de Leis ou mesmo o desempenho individual de um vereador, uma vez que boa parte dos projetos pouco ou nada impacta na vida do cidadão palmense”. Porém, frisa que é preciso considerar as estatísticas dos quatro anos, destacando que foram 153 projetos irrelevantes - com pouco ou nenhum potencial para impactar a vida do cidadão - contra 28 avaliado com alguma relevância, que teria algum impacto em Palmas. O Observatório Social defende no relatório que o vereador também deve utilizar do poder conferido pelo povo para fiscalizar a boa e regular aplicação dos recursos públicos, garantindo que esses recursos retornem para a sociedade.O presidente da Câmara Municipal da Capital, Rogério Freitas (PMDB), argumentou que respeita a opinião do eleitor, lembrando que é ele define quem irá ou não ocupar uma cadeira no Legislativo municipal. “Vejo que a Câmara de Palmas tem desempenhado o seu papel, não sendo contra o prefeito, mas questionando algumas ações do município e isso é uma evolução, não ser formada por 100% de governistas e garantindo uma discussão dos vários temas”, frisou.Freitas é um dos dez vereadores que foram reeleitos para mais quatro anos de mandato. Para ele, a Câmara Municipal deve continuar em 2017 com uma postura questionadora em relação ao Executivo municipal, porém garantindo uma convivência harmônica.Leo Barbosa (SD), eleito agora, frisou que os vereadores podem fazer mais. “Além de fiscalizar o Executivo, temos que propor projetos relevantes à sociedade e concordo com a avaliação do Observatório Social, temos visto poucos projetos de relevância social”, disse. Ele defendeu que é possível, dentro da autonomia que cada vereador tem, propor ideias e ações que alteram para melhor a vida da população.Tiago Andrino (PSB), eleito na base do prefeito Carlos Amastha (PSB), concorda que a maioria dos projetos aprovados são de baixa relevância e que é possível fazer melhor. Mas, ele avaliou que é preciso fazer uma mudança profunda na Câmara Municipal de Palmas. Ele defendeu que as sessões matutinas sejam realizadas à noite, mais transparência nos gabinetes dos vereadores, criação da TV Câmara, construir um prédio para sediar a Casa de Leis e mudar a lógica da eleição da Mesa Diretora. “Hoje presidente e demais membros da Mesa são definidos nos bastidores, seguindo a lógica da composição do poder e não se discute propostas. Isso não é nada democrático e é preciso pensar um novo formato”, frisou.