O Brasil vive hoje um dilema decisivo para o futuro da medicina e da saúde pública: o País precisa de mais médicos ou de melhores médicos? Essa pergunta surge na esteira da expansão acelerada de cursos de medicina nas últimas décadas, muitos deles sem observar critérios técnicos e sem a estrutura mínima para garantir uma formação de qualidade. Diante desse cenário, o Projeto de Lei nº 2.294/2024 — que propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina — configura medida necessária, urgente e transformadora. Essa proposta, já aprovada por unanimidade na Comissão de Educação do Senado e atualmente em análise na Comissão de Assuntos Sociais, estabelece que somente médicos aprovados nessa prova poderão obter registro nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). A avaliação, a ser aplicada duas vezes ao ano sob coordenação do Conselho Federal de Medicina (CFM), verificará se o recém-formado possui conhecimentos, habilidades e atitudes mínimas exigidas para o exercício da profissão. Assim, ela funciona como uma forma de proteção da população, em especial das parcelas socialmente mais vulneráveis que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS).