Rivais na eleição presidencial, o republicano Donald Trump, 74, e o democrata Joe Biden, 77, participaram nesta sexta (11) de cerimônias em homenagem às vítimas dos ataques de 11 de Setembro de 2001, no 19º aniversário do atentado.O atual ocupante da Casa Branca, que tentará a reeleição em 3 de novembro, viajou para Shanksville, na Pensilvânia, local onde caiu um dos aviões sequestrados pelos terroristas da Al Qaeda.O plano da organização era jogar a aeronave do voo 93 da United Airlines contra o Capitólio, sede da Câmara e do Senado dos EUA, em Washington. Os passageiros, porém, tentaram recuperar o controle do avião das mãos dos terroristas e ela acabou caindo em um campo vazio. Todos as 44 pessoas a bordo morreram.No memorial às vítimas, Trump e a primeira-dama, Melania, ouviram em silêncio a leitura dos nomes de todas as vítimas do voo.Em seguida, o republicano prestou "homenagem ao sacrifício" dos passageiros do voo aos militares que "lutaram para proteger nossa liberdade" nas guerras lançadas no Afeganistão e no Iraque pelo então presidente George W. Bush após os ataques"A única coisa que se colocou entre o inimigo e um golpe mortal no coração da democracia americana foi a coragem e determinação de 40 homens e mulheres --os incríveis passageiros e equipe do voo 93", disse Trump. "A América nunca vai deixar de perseguir terroristas que ameaçam nosso povo."Em seguida, o presidente mencionou Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, e o general iraniano Qassem Soleimani. Os dois foram mortos em ações militares americanas durante seu governo e são usados como trunfo eleitoral pelo republicano.Trump não mencionou a morte de Osama Bin Laden, arquiteto dos ataques do 11 de setembro, que aconteceu em 2011, durante a presidência de Barack Obama --de quem Biden era vice-presidente.O candidato democrata e sua mulher, Jill, compareceram ao memorial às vítimas no Marco Zero, local onde ficavam as torres gêmeas em Nova York --Trump enviou seu vice, Mike Pence, para a cerimônia.Nem Biden nem Pence discursaram, já que por tradição apenas os familiares das vítimas falam.Ao longo da cerimônia, o democrata deixou as precauções com o coronavírus para interagir de perto com as pessoas.Biden tirou uma selfie com uma criança, conversou com militares e se sentou ao lado de Maria Fisher, mulher de 90 anos que perdeu o filho, Andrew, nos ataques.Fisher mostrou uma foto do filho a Biden, que comentou que a dor "nunca vai embora". O democrata perdeu a primeira mulher e a filha em um acidente de carro em 1972, e outro filho, Beau, morreu em 2015 de câncer.Mais tarde, Biden e Jill também estiveram em Shanksville, depois do presidente ter ido embora. Eles colocaram flores no memorial e visitaram um posto do corpo de bombeiros.As ações de Biden representaram uma mudança de postura do democrata, que sempre aparece em público usando máscara e seguindo as regras de distanciamento social --suas críticas ao modo como Trump conduz o país durante a pandemia é um dos principais tópicos de sua campanha.Por isso, ele fez a maior parte da campanha no estado onde mora, Delaware, por conta da pandemia de coronavírus. Eventos em outros estados foram raros, e sempre com grupos pequenos de pessoas, respeitando o distanciamento social.Trump, por outro lado, realizou uma série de discursos de campanha que provocaram aglomerações nos últimos meses.Em evento nesta quinta (10) em Michigan, a maioria dos apoiadores do presidente estava sem máscaras, violando regras de prevenção contra o coronavírus impostas no estado.Michigan é um estado decisivo em eleições presidenciais. Um dos estados-pêndulo, o voto de seu eleitorado costuma variar entre candidatos democratas e republicanos, de modo que uma vitória ali é estratégica para conquistar uma maioria no Colégio Eleitoral, sistema que define o vencedor da corrida pela Casa Branca.Trump e Biden estiveram recentemente em Wisconsin, Pensilvânia e New Hampshire, todos estados onde a vantagem de Trump ou de Hillary Clinton em 2016 foi de menos de um ponto percentual.