<div attr-cid="policy:1.1022923" attr-version="policy:1.1022923" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.1022923" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.1022923', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.1022923">Imagem (1.1022923)</a></div>Em comemoração a 14ª Primavera dos Museus, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc) realiza dois eventos online com o foco no tema “Mundo Digital: Museus em Transformação”. As ações acontecem nesta terça-feira, 22, e sexta-feira, 25.&nbsp;A iniciativa, que é nacional e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), destina essa semana, de segunda, 21, a domingo, 27, para lembrar a importância dos museus. Esse ano, não só no Tocantins, mas em todo país, as atividades serão virtuais devido a pandemia da Covid-19.&nbsp;Programação&nbsp;No Tocantins, a Adetuc programou uma série de postagens nas redes sociais e webconferências para tratar da renovação dos museus neste novo momento social. Já na sexta haverá lançamento da Rede Estadual de Museus, com representantes dos museus tocantinenses. Por causa das medidas de prevenção a Covid-19 todos os museus permanecem fechados para visitação.Terça-feira, 22: 10 horas – Webconferência com a equipe técnica da Gerência de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Palmas. Tema: “Situação dos nossos museus e atividades internas – interrupções, mudanças e implementações”. Transmissão direto do Palacinho.&nbsp;Sexta-feira, 25: 10 horas – Lançamento da Rede Estadual de Museus, com representantes dos museus tocantinenses. Webconferência com transmissão pela Adetuc a partir do Bolso do Memorial Coluna Prestes.

Primavera dos Museus realiza eventos online para discutir transformação digital em meio à pandemia

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Matéria - Magazine - JTO

Primeira edição impressa do JTo

A entrevista com o então deputado estadual de Goiás, César Aires, foi um dos destaques da editoria de política na estreia do jornal. O representante do norte goiano previa, com entusiasmo, que esta região seria chamada de Tocantins em um ano e meio. Fato que só aconteceu pouco mais de nove anos depois, em 5 de outubro de 1988.

O JTo completa 46 anos de história neste domingo e para celebrar reconta algumas das principais histórias da primeira edição, o jornal de 18 de maio de 1979.

O deputado também disse que lutaria para que Araguaína, cidade onde ele morava, fosse a capital do mais novo estado, por ser a mais preparada da região. Porém, na criação, Miracema foi definida como capital provisória e, logo em seguida, Palmas foi construída para se tornar a capital definitiva.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/46anos/em-1979-araguaina-vivia-a-expectativa-da-homologac-o-do-aeroporto-1.3263721" target="_blank">Em 1979 Araguaína vivia a expectativa da homologação do aeroporto</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/46anos/na-palma-da-m-o-e-no-corac-o-do-tocantinense-jornal-do-tocantins-completa-46-anos-1.3260578" target="_blank">Na palma da mão e no coração do tocantinense: Jornal do Tocantins completa 46 anos</a></div>

Confira o texto completo publicado na primeira edição do JTo:

Há cerca de três anos, César Franklin de Carvalho Aires — o mais antigo revendedor da Volkswagem de Belém-Brasília, com 11 anos de serviço — iniciou sua carreira política, constituindo-se no vereador mais votado da Arena em Araguaína. Hoje, ele é deputado estadual pelo mesmo partido e autor de vários projetos para a região norte do Estado. O deputado falou sobre os principais problemas do norte goiano, sobre a falta de lideranças políticas na região, condenando o “parasitismo” e ainda uma importante revelação: “O Estado do Tocantins será uma realidade dentro de um ano e meio”.

Como vereador, César Aires foi presidente da Câmara Municipal de Araguaína. Saiu candidato a deputado no ano passado e com o respaldo adquirido com a vereança, conseguiu ser eleito. Ele é também Presidente do Conselho de Divisão Administrativa e Judiciária do Estado de Goiás.

AUSÊNCIA DE LIDERANÇAS

Para o deputado César Aires, é patente a necessidade de desenvolvimento do norte goiano: uma região carente, vivendo problemas fundiários gritantes e há falta de recursos para fomentar a sua base econômica: a agropecuária.

Ele opina que a região se ressente da ausência de lideranças políticas com expressividade junto ao Governo Estadual, para trabalhar de maneira a atender às reivindicações da população local. Para se ter uma ideia do problema, ele cita que, acima do paralelo 13, de Gurupi a São Sebastião do Tocantins, existem somente dois deputados estaduais representativos: ele próprio e o deputado Alziro Gomes.

Essa falta de lideranças, César Aires atribui à grande carreira em busca da auto-afirmação financeira, em detrimento do setor político. Mas explica que o panorama agora é de mudança e que está havendo um maior interesse pela militância na vida pública e pela participação. Isso, ele exemplifica com o esforço de cooperação demonstrado por entidades como Lyons, Rotaracts, Centros Sociais Urbanos e similares, atuando conjuntamente às autoridades para o fortalecimento da vida social, econômica e política da região.

Também aponta como causa do problema, o que qualifica de “paraquedismo”: são políticos de outras áreas que “baixam” na região e, através do poder econômico, conseguem tirar os votos que, não fosse esse aspecto, seriam naturalmente dados a políticos do norte do Estado.

Uma das alternativas para solução desse problema, opina o deputado César Aires, seria a implantação do “voto distrital” no país. Explica que a medida beneficiaria ambos os partidos, pois a contrabalançar o domínio da Arena no interior, o MDB tem maior respaldo nas capitais e nas grandes cidades brasileiras, e cada uma das agremiações trabalharia dentro do seu “distrito”. Consequentemente, afirma, o voto distrital provocaria o desaparecimento do “paraquedismo”.

ESTADO DO TOCANTINS

Trabalhando com a população de uma vasta região, que se estende de Porto Nacional a São Sebastião do Tocantins, César Aires afirma que pode sentir de perto um velho sonho do povo do norte do Estado: a criação do Estado do Tocantins.

“O povo quer a divisão do Estado e estamos trabalhando firmemente neste sentido” afirmou, para acrescentar que, por razões que não convém ainda revelar, acredita na criação do Estado do Tocantins num prazo inferior a dois anos – cerca de um ano e meio. Essa seria, no seu entender, uma maneira de acelerar o desenvolvimento do norte do Estado de Goiás, com maiores possibilidades de exploração de suas riquezas potenciais e do surgimento de novas alianças políticas.

Caso se concretize a divisão de Goiás, o deputado se posiciona a favor de Araguaína para ser a capital do novo Estado, “por ser a cidade da região com maiores possibilidades e melhor infra-estrutura para sediar a capital: bem localizada, é um polo centralizador; bem dotada de meios de comunicação; tem o aeroporto mais moderno do Estado e todas as decisões concernentes à região convergem automaticamente para Araguaína”. Ele até mesmo afirma que a cidade está entre as dez que mais crescem no Brasil. Há 10 anos atrás, Araguaína tinha cerca de 3 mil habitantes e hoje sua população está por volta de 70 mil, constituindo-se no quarto colégio eleitoral do Estado, a despeito só recentemente ter adquirido sua maioridade.

PRIORIDADES E REIVINDICAÇÕES

As prioridades básicas da região norte de Goiás, estão concentradas na agricultura e na pecuária, centralizadoras da economia local. O propósito do atual presidente, João Batista Figueiredo, de dar ênfase a esses dois setores, como ele mesmo prometeu em Araguaína quando de sua visita à cidade, poderá beneficiar em muito à região, acredita César Aires.

Naturalmente, as reivindicações do povo do norte goiano estão relacionadas com essa base econômica, como os pedidos de maiores facilidades para obtenção de crédito rural. Elas se estendem também a outros setores carentes, como a implantação de energia elétrica, construção de estradas e hospitais e a criação de mais escolas. Isso por serem ainda precárias as condições de iluminação pública, vias de acesso e dos setores educacional e de saúde, em grande parte da Região. Em Araguaína, por exemplo, a direção do Colégio Santa Cruz está tentando conseguir a implantação fde uma Faculdade de Letras porque a cidade já comporta esse tipo de instituição e porque diminuiria, em parte, o grande êxodo de estudantes à capital do Estado.

<div attr-cid="policy:1.3260937" attr-version="policy:1.3260937:1746633294" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3260937" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3260937', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3260937">Primeira edição impressa do JTo (1.3260937)</a></div>

Expectativas de futuro: deputado César Aires disse em 1979 que Tocantins seria criado em menos de dois anos

46anos

Matéria - 46anos

Política

Neste sábado (13) é comemorado o dia do Hino Nacional, que completa 115 anos. Conheça os elementos históricos que compõem o nosso hino e o significado das palavras incomuns que estão na letra.Segundo o doutor em história Rodrigo Mendes de Oliveira, a melodia do hino foi composta ainda no século &nbsp;&nbsp; &nbsp;XIX por Francisco Manuel da Silva, mas a letra só foi colocada em 1909, ou seja, no século XX.“Essa composição musical, foi originalmente feita por uma peça de teatro, chamada Hino de Dom Pedro I, encomendada para celebrar a independência do Brasil de Portugal em 1822. A peça foi executada pela primeira vez em abril de 1831, e após a abdicação de Dom Pedro I. Anos depois a música foi oficialmente declarada como Hino Nacional Brasileiro pelo Imperador Dom Pedro II”, completou.O historiador ressalta que o hino tem peculiaridades, além da letra extensa, a composição fugiu do clássico em relação aos hinos, pois na época se mantinham apenas melodias.“Um exemplo disso, é o hino da Espanha, que não tem letra e foi feito nesse contexto também do século XIX. Então, o hino brasileiro além de ter uma letra bastante expressiva, remetendo as belezas naturais do Brasil e o sentimento patriótico, ele tem essa peculiaridade, quando compara a outros”, afirmou.Rodrigo explicou que a letra que Duque Estrada escreveu e que a gente conhece hoje, foi elaborada a partir de um concurso.“O presidente, na época, Epitácio Pessoa, conclamou um concurso para que se escolhesse letra para a melodia que tinha sido escrita há muito tempo. É importante lembrar também que se completava o centenário de independência do Brasil e a gente estava num contexto histórico onde existia essa necessidade de valorização dos símbolos nacionais", ressaltou.O doutor em história destacou que algumas palavras citadas no hino foram escolhidas a partir das circunstâncias do século e da influência de Portugal e explicou também o significado de algumas delas.“São todas palavras que a gente não costuma usar, estávamos num contexto ali de começo do século XX, início da república, então tinha nos autores, nos poetas, na tradição, a escrita portuguesa, do português que ainda tinha influência de Portugal e um vocabulário muito erudito quando se refere a obras como hinos, canções ou obras oficiais. Essas palavras que eu destaquei são todas palavras que evidenciam as belezas naturais e dão qualidades aos cidadãos do Brasil”.<h2>História da composição</h2>A letra que cantamos atualmente foi escrita à mão em duas folhas simples de papel almaço, pelo próprio autor, o poeta Osório Duque Estrada em 1909, as folhas estão guardadas nos arquivos da Academia Brasileira de Letras, com a data de oficialização no dia 6 de setembro de 1922, um dia antes da celebração dos 100 anos da Independência do Brasil.Antes da composição de Osório, já havia duas versões do hino, uma feita em 1831, época em que Dom Pedro I abdicou do trono, a segunda foi em, 1843, quando a letra sofreu adaptações para se tornar o hino do Império, com a coroação de Dom Pedro II.&nbsp;<h2>Palavras incomuns na canção</h2>Clava: Arma feita com um pedaço grosso e maciço de madeira, sendo uma de suas extremidades mais volumosa, muito utilizada como arma de ataque ou de defesa.Colosso: Estátua grande, pessoa ou animal muito grande e forte ou qualquer objeto ou coisa com grande poder, influência, importância; império e soberania muito poderosa; o que tem excepcional merecimento, valor, qualidade; coisa grandemente vantajosa; coisa excelente; grande quantidade, grande número.Flâmula: Enfeite, uma bandeira pequena, estreita e comprida cuja extremidade termina em ponta.Fúlgido: Ato de brilhar, resplandecer, algo que se sobressai que se ressalta.Fulgurar: O que emitir ou refletir luz, brilho intenso; luzir, brilhar, resplandecer; sobressair-se entre os demais, destacar-se com brilho, ressaltar-se, salientar-se".Garrido: Algo exuberante, alegre em que há elegância e graciosidade, que chama a atenção ou se destaca.Impávido: Corajoso, destemido, o que não tem ou não demonstra medo.Lábaro: significa a própria bandeira ou peça de pano quadrangular, com as cores ou com o símbolo de determinada nação, país, agremiação.Penhor: Garantia, o que garante o cumprimento de um dever ou entrega de coisa móvel ou imóvel como garantia da obrigação assumida.Plácido: calmo, tranquilo, repleto de sossego e tranquilidade, que há ou expressa paz.&nbsp;<h2>Hino Nacional</h2>Poema: Joaquim Osório Duque EstradaMúsica: Francisco Manoel da SilvaParte I"Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heroico o brado retumbante,E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da Pátria nesse instante.&nbsp;Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó Liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!&nbsp;Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!&nbsp;Brasil, um sonho intenso, um raio vívido,De amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.&nbsp;Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.&nbsp;Terra adoradaEntre outras milÉs tu, Brasil,Ó Pátria amada!&nbsp;Dos filhos deste soloÉs mãe gentil,Pátria amada,Brasil!"&nbsp;Parte IIDeitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!&nbsp;Do que a terra mais garridaTeus risonhos, lindos campos têm mais flores,“Nossos bosques têm mais vida”,“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.&nbsp;Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!&nbsp;Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula— Paz no futuro e glória no passado.&nbsp;Mas se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.&nbsp;Terra adoradaEntre outras milÉs tu, Brasil,Ó Pátria amada!&nbsp;Dos filhos deste soloÉs mãe gentil,Pátria amada,Brasil!&nbsp;*Raquel Oliveira é integrante do programa de estágio entre Jornal do Tocantins e Universidade Federal do Tocanitns (UFT), sob orientação de Raphael Pontes.

Dia do Hino Nacional Brasileiro: veja os elementos históricos da canção e o significado das palavras

Cidades

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Matéria - Cidades- JTO

O Museu Histórico de Arraias e a Casa de Cultura de Paranã passaram por uma vistoria técnica que faz parte do projeto de recuperação de nove monumentos históricos tocantinenses. A iniciativa tem cerca de&nbsp; R$ 4,6 milhões de orçamento previsto pelo&nbsp; Fundo Estadual de Cultura, aprovado pelo Conselho de Política Cultural do Estado.As visitas ocorreram nesta sexta-feira, 25. Em Arraias, foi realizado um levantamento das informações e registros fotográficos do Museu Histórico para elaborar relatório a ser entregue para a Secretaria de Cultura e Turismo do Estado (Sectur). Em Paranã, a equipe verificou a situação do imóvel centenário que abriga a Casa de Cultura. Além da casa principal, o complexo inclui outro imóvel que abrigou a delegacia e um terreno ao fundo.Fazem parte da equipe de trabalhos representantes da Sectur, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Secretaria da Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf) esteve nesta sexta no museu arraiano e foi recebida pela vice-prefeita Ana Lima e pelo diretor de Cultura e Turismo Thiago Amador Oliveira.<div attr-cid="policy:1.2409621" attr-version="policy:1.2409621" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.2409621" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.2409621', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.2409621">Imagem (1.2409621)</a></div>

Prédios históricos de Arraias e Paranã passam por vistoria técnica para projeto de recuperação

Análises do DNA de indígenas do Brasil e de outros países da América do Sul trazem novos indícios de que a Amazônia era habitada por milhões de pessoas antes da chegada dos europeus, com povos que passaram por grandes ascensões e quedas muito anteriores ao ano de 1500.Essas conclusões, resultado do estudo do material genético de quase 400 indivíduos de 58 etnias diferentes, estão em artigo na revista científica Molecular Biology and Evolution. Assinam a pesquisa especialistas do Instituto de Biociências da USP, junto com um colega da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona."Chegamos a números bem altos para a população inicial da Amazônia, entre 1 milhão e 5 milhões de pessoas só para os grupos tupis", contou à reportagem a geneticista Tábita Hünemeier, coautora do estudo e uma das principais estudiosas da área no país.Estimativas anteriores feitas por arqueólogos chegaram a um cômputo de 8 milhões de habitantes para a totalidade da Amazônia (o que abarca também as áreas fora do território brasileiro). Como as diferentes sociedades da família linguística tupi correspondem a apenas uma fração das etnias amazônicas, a conta completa provavelmente igualaria ou excederia a estimativa feita por métodos arqueológicos.Hünemeier e seus colegas, ao analisar o DNA dos indígenas, voltaram sua atenção para um conjunto de 630 mil SNPs, sigla inglesa de "polimorfismos de nucleotídeo único". Ou seja, são variações de uma única "letra" química de DNA, as quais, quando olhadas em conjunto, podem ser úteis para entender a história das populações humanas.Um dos métodos utilizados pela equipe ajuda a estimar justamente como os grupos indígenas passaram por flutuações populacionais no passado. Um dos primeiros passos é identificar sequências de "letras" de DNA que sejam idênticas no genoma dos indivíduos de uma população, explica Marcos Araújo Castro e Silva, que também assina o estudo."Esses segmentos são chamados de idênticos por descendência, pois são iguais por terem sido herdados de um ancestral comum", diz ele. Numa população pequena, a tendência é que mais pessoas carreguem os mesmos trechos de DNA. Isso porque, com pouca gente gerando descendentes, seus filhos, netos e bisnetos terão maior chance de herdar um número reduzido dos mesmos segmentos. O contrário tende a acontecer em populações grandes.Outro ponto importante da estimativa tem a ver com o tamanho desses segmentos. Acontece que eles vão diminuindo de geração em geração, a uma taxa conhecida, basicamente porque toda pessoa tem 50% de seu DNA vindo do pai, enquanto a outra metade vem da mãe. Na geração dos filhos dessa pessoa, ocorre uma nova divisão —25% do DNA vem de cada um dos quatro avós. Na geração dos netos, o número cai para 12,5%, e assim sucessivamente.Juntando as duas informações, é possível estimar, por exemplo, qual era a diversidade genética da população há 500 anos (ou 18 gerações), com base na distribuição dos pedaços de DNA que têm um tamanho compatível com esse número de divisões.Com base nesse tipo de conta, os autores do estudo detectaram uma queda populacional gigantesca nos principais grupos indígenas sul-americanos. O pior cenário é o que afetou as diversas etnias tupis, com uma redução de quase 99%. Os povos que viviam nos Andes teriam perdido 95% de sua população original, enquanto os grupos jês (família linguística que inclui, entre dezenas de outras sociedades, os xavantes) teriam ficado sem 83% dos membros que existiam na época anterior ao contato.O trabalho indica ainda que as barreiras culturais e demográficas que existiam entre os povos da Amazônia e as civilizações dos Andes não eram absolutas. Grupos do oeste amazônico, ao que tudo indica, miscigenavam-se com os povos andinos, e isso produzia um "telefone sem fio" genético que, em certa medida, conectava os dois núcleos de civilizações. É algo já sugerido também pela antiga arte andina, que muitas vezes mostra animais da floresta tropical, como onças-pintadas e macacos.Acredita-se que, por volta de 2.000 anos atrás, grupos tupis originários da atual Rondônia teriam iniciado uma grande expansão pela América do Sul, cobrindo uma área de 5.000 km de distância entre um extremo e outro de sua distribuição. O novo estudo lançou uma nova luz sobre esse processo ao mostrar que um dos ramos mais distantes da expansão, os kokamas, presentes na Colômbia, no Peru e no oeste do Amazonas, na verdade não são geneticamente próximos dos demais tupis, embora falem uma língua dessa família.Na verdade, eles estão geneticamente mais próximos de povos de uma família linguística totalmente diferente, a dos aruaques. É um indício de que, no passado, provavelmente por influências culturais e políticas dos tupis, os ancestrais dos kokamas abandonaram seu idioma original e adotaram outro."O interessante nisso tudo é que parece ser o primeiro relato de substituição linguística na América elucidado pela genômica. Mas esse processo provavelmente era mais comum, dado os grandes impérios que existiram por aqui", diz Hünemeier.Além de grandes expansões, como a dos tupis, os dados de DNA também sugerem que não foi só a chegada dos europeus que provocou colapsos populacionais na Amazônia. Por volta de 600 anos atrás, um pouco antes do aparecimento dos invasores portugueses e espanhóis, um declínio significativo já teria acontecido, embora as razões para esse fenômeno ainda não estejam claras.&nbsp;