<img attr-cid="policy:1.2679360" attr-version="policy:1.2679360:1759768058" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.2679360/image/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
José Wilson Siqueira Campos (Cedoc/GJC)

Coincidências e revelações...

Há exatamente 28 anos, numa manhã de um dia ensolarado de setembro, eu o amigo Hélio Junqueira, administrador, empresário, realizador espírita em Goiás, recém chegado ao Tocantins, fomos de carro levar Meire Aguiar,&nbsp; uma ilustre&nbsp; espírita goiana, já falecida, conhecida&nbsp; pelos seus dons de psicografia,&nbsp; para conhecer o então governador do Estado José Wilson Siqueira Campos. Siqueira, católico praticante, devoto de Padre Cícero, sempre teve interesse por coisas da espiritualidade.

Meire,&nbsp; mulher simples, cheia de vitalidade e muito vivaz e bastante solicitada pelas pessoas que ocorriam ao centro espírita que ela frequentava na cidade goiana de Trindade, terra dos romeiros do Divino Espírito Santo, à busca de mensagens de amigos e parentes desencarnados. Ela, convidada por amigos, estava chegando em Palmas com seus filhos para morar.

Até ai&nbsp; tudo bem uma história comum dos pioneiros. Mas, o que me surpreendeu, foi uma carta&nbsp; &nbsp;destinada ao governador Siqueira Campos&nbsp; que ela me pediu que&nbsp; eu a entregasse ao&nbsp; ilustre destinatário. Pois é,&nbsp; essa carta passou pelas minhas mãos e eu a li, à pedido da própria autora para, segunda ela, verificar se a mesma não continha nenhuma inconveniência que pudesse desagradar o governador.&nbsp;

Nela, a Meire contava um pouco de sua história, agradecia a acolhida e revelava uma mensagem extraordinária e inusitada;&nbsp; um recado de Theotônio Segurado, o desembargador português, titular da Comarca do Norte, que há cerca de 200 anos iniciou a luta pela independência tocantina a Siqueira. Segundo Meire, que também é médiun vidente, a mensagem de Theotônio&nbsp; a Siqueira foi dada a ela pelo seu&nbsp; espírito na noite anterior ao encontro com o governador.&nbsp;

Siqueira Campos,&nbsp; atravessava um momento pessoal difícil à época, tratando de um câncer de próstota recém descoberto que o preocupava&nbsp; e poderia comprometer seu futuro como gestor e político. Na carta Theotônio o tranquilizava sobre sua saúde&nbsp; &nbsp;prenunciando recuperação e longa vida para ele. “Siqueira, você viverá ainda uma longa vida com tempo para conviver com seus netos e acompanhar o desenvolvimento do Tocantins”.

Mas outras informações trazidas na mensagem de Theotônio tinha&nbsp; tudo a ver com a criação do Tocantins, seu papel no Brasil e no nosso futuro próximo. O nosso Desembargador, chefe da então Comarca do Norte, afirmava:

<cite>O Tocantins foi planejado e preparado pela espiritualidade maior para ser criado e implantado no centro do Brasil, país que carrega a missão de ser o Coração do Mundo e Pátria do Evangelho de Jesus. Aqui, com suas riquezas e posição geográfica privilegiada, o Estado será o porto seguro para receber populações do Planeta açodadas pelas guerras e tragédias naturais.”</cite>

Theotônio segue em seu recado transmitido pela nossa Meire afirmando que em breve, isso a 28 anos atrás, grandes massas populacionais&nbsp; se deslocariam para se salvarem dos conflitos bélicos e das devastações provocadas por terremotos, furacões e a falta d´água em várias regiões da Terra. Segundo êle, para que então o Brasil cumprisse sua missão e o Tocantins seu papel programado pela&nbsp; Divindade, não faltaria a assistência&nbsp; espiritual. Espíritos elevados, sob a orientação do anjo Ismael, responsável&nbsp; espiritual&nbsp; pelo&nbsp; Brasil,&nbsp; estariam acompanhando e inspirando nossos governantes e a sociedade na busca do bem e do equilíbrio moral&nbsp; &nbsp;afim de que&nbsp; nosso Estado estivesse pronto para receber os imigrantes.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/anistia-ou-anis-tia-1.3320414" target="_blank">Anistia ou Anis, Tia?</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/a-vida-em-cores-1.3316340" target="_blank">A vida em cores</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/sentidos-dos-sorrisos-1.3315402" target="_blank">Sentidos dos sorrisos</a></div>

Parece ficção mas, os últimos acontecimentos na América, na Ásia, África e na Europa estão trazendo preocupações e confirmando as predições do espírito de Theotônio Segurado.&nbsp; Inclusive, outros recados coerentes com essa narrativa já são bem conhecidos. Tudo indica que nessa fase de acelerada de transição planetária, a disputa&nbsp; pelo controle dos nossos recursos&nbsp; naturais, do dinheiro, das armas e da comunicação por grupos poderosos estão aumentando os riscos de uma terceira guerra mundial. A ganância pelo lucro a qualquer preço continua ameaçar o clima com ações&nbsp; altamente poluidoras. O aquecimento global é inegável e vai mudar o mapa do Planeta, cidades e países inteiros podem desaparecer sob a águas.

Enfim, coincidentemente, hoje dia 5 de outubro 2025, faz mais de 28 anos que eu, acompanhado pelo amigo Hélio Junqueira, levamos a Meire para visitar o então governador Siqueira Campos e levar portando&nbsp; o recado de Theotônio Segurado, um espírito iluminado que iniciou a luta histórica pela independência da nossa região. Siqueira, cujo legado político é inegável, líder da luta pela criação e implantação do estado do Tocantins, já não está entre nós. Quem sabe ele, no plano espiritual, assim como eu também desejo, vamos ver&nbsp; nosso Estado forte, organizado e desenvolvido para receber os irmãos e irmãs de outras plagas terrenas que aqui vão nos ajudar, com suas experiências e culturas, a iniciar a fase de regeneração do Planeta Terra, a nossa linda casa de céu azul que viaja pelo Universo criado por Deus.

Sebastião&nbsp; Vieira de Melo, ou Vieira de Melo, é jornalista, ex vereador de Goiânia por 12 anos, pioneiro no Tocantins, chegou no estado&nbsp; em 1989 a convite&nbsp; do governador Siqueira Campos.&nbsp; Assumiu em Araguaína a direção da Aratins, sede regional da Comunicatins na região. Em 1990, na cidade foi um dos responsáveis pela criação do programa O povo na TV no SBT local. Em 1992 mudou-se para Palmas&nbsp; para implantar o primeiro programa de TV ao vivo na TV Girassol /SBT Tocantins Agora. Em 1995 foi diretor da Comunicatins&nbsp; e secretário de comunicação do governo Siqueira Campos até 2002. No governo Marcelo Miranda assumiu o cargo de secretário de comunicação por um breve período e novamente assumiu o mesmo cargo na segunda gestão do ex governador até o seu afastamento em 2007. Depois foi diretor de Comunicação da ALETO na gestão&nbsp; Damaso e Carlesse.&nbsp; No governo&nbsp; Mauro Carlesse foi também&nbsp; secretário de Comunicação por 2 períodos. Exerceu a diretoria de Cultura ainda no governo&nbsp; Carlesse&nbsp; na Secretaria de Cultura e Turismo e depois foi nomeado como diretor de Radio e TV da Unitins. Atualmente exerce o cargo de assessor parlamentar na Prefeitura de Palmas. Especializado em marketing, já coordenou no estado várias campanhas de governadores&nbsp; e prefeitos.

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Mensagem de Theotônio Segurado a Siqueira Campos

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Matéria - Magazine - JTO

Vieira de Melo

<img attr-cid="policy:1.3325533" attr-version="policy:1.3325533:1760745168" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3325533/Teotyo.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Pintura de aquarela ilustrando Teotônio Segurado, feita por Kátia Maia Flores (Arquivo pessoal/Kátia Maia Flores)

Desde sua inauguração em 1990, a principal avenida de Palmas, que corta a cidade de norte a sul, levou o nome de Joaquim Teotônio Segurado por mais de três décadas. Isso mudou no início de outubro, quando a Câmara Municipal aprovou e&nbsp;a prefeitura sancionou a mudança do nome para Avenida Siqueira Campos.

<ul>
	<li>Veja repórtagem no Jornal Anhanguera 1ª Edição: <a href="https://g1.globo.com/to/tocantins/videos-ja-1-edicao-to/video/entenda-como-sera-a-mudanca-do-nome-da-avenida-teotonio-segurado-para-siqueira-campos-13993318.ghtml" target="_blank">Entenda como será a mudança do nome da Avenida Teotônio Segurado para Siqueira Campos</a></li>
</ul>

O novo nome faz homenagem a José Wilson Siqueira Campos, considerado o 'criador do Tocantins' por atuar diretamente no movimento de emancipação no norte de Goiás, que se efetivou em 1988, junto com o nascimento da Constituição Federal. Ele foi o primeiro governador do Tocantins e ocupou o cargo por quatro mandatos, entre os anos de 1989 e 2014.

A alteração no nome da avenida gerou insatisfação de parte da&nbsp;população e o prefeito Eduardo Siqueira (Podemos), filho do ex-governador, respondeu: "ganhe uma eleição."

O nome, a história e a importância de Siqueira Campos são conhecidos da atual população. Entretanto, a história de Joaquim Teotônio Segurado não é tão comum a parte dos tocantinenses.

A historiadora e professora titular aposentada da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Kátia Maia Flores, deu detalhes sobre a importância deste personagem histórico para levar melhorias à antiga Comarca do Norte, território esquecido do norte de Goiás, onde hoje é o Tocantins.

<ul>
	<li>Promoção da navegação nos rios Tocantins e Araguaia, inaugurando um capítulo no transporte e na comunicação da região com os portos do norte do Brasil;</li>
	<li>Abertura de um porto em Santa Rita, fundação de um presídio na foz do Rio Manoel Alves, medidas para dar viabilidade a essa navegação;</li>
	<li>Como a princípio a sede da comarca seria chamada de São João das Duas Barras, vila que não chegou a ser fundada, ele conseguiu com a Corte a mudança da localização da sede devido à distância do centro e do sul da província, onde se situava a comarca.</li>
	<li>Fundou a vila de São João da Palma, onde hoje é Paranã, sul do Tocantins, e o presídio de Santa Maria, mais ao norte da capitania.</li>
	<li>Também foi responsável pela formação de uma sociedade mercantil para comércio entre Goiás e Pará, com direito de exploração por 15 anos, entre outros privilégios concedidos pela coroa portuguesa.</li>
</ul>

<h2>Nascimento e formação</h2>

Joaquim Teotônio Segurado era português. Nasceu em Moura, província do Alentejo, no sul de Portugal, em 1775. Segundo a historiadora, ele fazia parte de uma família conhecida pela 'nobreza de sangue', era um 'fidalgo'. Nesse sentido, ele fazia parte de um círculo que integrava a camada mais importante de Portugal.

Estudou na Universidade de Coimbra e se formou em Leis, que era um passo necessário para entrar na magistratura portuguesa. Kátia explicou que dentro da formação em Coimbra, havia os cursos de Leis e Direito, entretanto, um formava para a magistratura e o outro para a advocacia.

"Teotônio Segurado se formou em Leis e, de imediato, se submeteu ao exame de bacharel, que é o equivalente hoje ao exame da ordem, mas era um exame que o aluno formado na universidade tinha que fazer e que versava mais sobre a sua vida, se ele era nobre, se ele era de família nobre, se alguém na família dele tinha exercido algum trabalho manual, porque isso era pejorativo para a pessoa. Então ele tinha que ter as condições que eram exigidas para o exercício da magistratura", destacou a historiadora e professora.

Na carreira, também foi juiz de fora em Melgaço, Portugal, um cargo concedido pelo rei, por três anos e após esse período, foi nomeado como&nbsp;Ouvidoria Geral da província de Goiás. Em 1804, Joaquim Teotônio Segurado chega a Goiás para assumir a função.

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Trânsito de veículos em avenida de Palmas (João Di Pietro/Governo do Tocantins)

Trajetória no Brasil colônia

O contexto histórico, segundo a historiadora e professora, era de sucessivas crises e escândalos envolvendo governadores e ouvidores. Além de Teotônio Segurado, assumiu como governador da província Francisco de Assis Mascarenhas. Naquele período, a administração da província era feita pelos representantes dos dois cargos.

Goiás foi criada por causa das minas, mas elas não rendiam o suficiente para manter a província, o que causou uma crise econômica.

"Goiás vivia uma crise sem precedentes. O Francisco de Assis Mascarenhas divide o poder com o Teotônio Segurado, que era um homem muito inteligente, era um homem bem formado. Então, ele delega para o Teotônio Segurado cuidar da parte norte e ele cuidaria ali da parte de Goiás próximo a Boa Vista. E Teotônio ocupa muito bem esse espaço. Ele fica muito desenvolto, assume um espaço de poder muito importante, que era muito solicitado por parte dos nortistas", afirmou Kátia.

Já no norte de Goiás, um dos problemas enfrentados dizia respeito à navegação nos rios Tocantins e Araguaia, ponto defendido por Teotônio.

<cite>A navegação no Rio Tocantins era proibida por conta dos descaminhos do ouro. Então Teotônio Segurado começa a fazer uma gestão junto ao governador para que ele, junto à Coroa Portuguesa, iniciasse a comunicação com o Pará através principalmente dos rios", disse.</cite>

Teotônio elaborou um documento de memórias apontando os diversos problemas que Goiás enfrentava e as possíveis soluções. Esse material, segundo a historiadora, foi de grande importância por estabelecer uma geopolítica nova para o norte de Goiás, principalmente pela dificuldade na navegação, no sentido de possibilitar o envio de produtos para o porto de Belém, e para que chegassem à Europa.

Na economia, ele defendia que o gado fosse comercializado com a Bahia e que tivesse também o comércio com o Pará da carne salgada. "Ele propõe colocar Goiás em comunicação como norte do País e com o centro-sul, por meio de estradas".

Em 1809, foi criada a Comarca do Norte, chamada de São João das Duas Barras, uma demanda que surgiu de reivindicações de governadores. Então Teotônio passou a ser ouvidor de Goiás e da Comarca do Norte. Conforme a historiadora, ele ocupou o cargo de 1804 a 1822, uma situação nada comum para a época, pois os ouvidores ocupavam os cargos por cerca de três anos. Isso teve relação com o prestígio que ele conquistou.

<h2>Início do ideal de emancipação do Norte</h2>

Eventos históricos ligados às Cortes de Portugal fizeram com que Teotônio fosse eleito deputado para representar a província de Goiás na Constituinte Extraordinária das Cortes Reunidas de Brasil, Portugal e Algarves.

Antes de partir para Portugal, voltou para a Comarca do Norte e encontrou um terreno propício para essa emancipação, inclusive, segundo Kátia, trazendo à tona todos os conflitos com o então governador da província, Manuel Inácio de Sampaio.

"Junto com outras lideranças insatisfeitas com o governador Sampaio, organizam um movimento que declara a independência do norte com relação ao sul de Goiás. Nesse momento eles promovem a eleição do representante da província de São João da Palma, para representar a província nas Cortes Portuguesas. Ele é eleito e vai para Portugal como representante tanto de Goiás como de São João da Palma, e reivindica a efetivação da província. Só que a Corte Portuguesa não aceita", afirmou.

Mesmo após o Brasil entrar no período Imperial, a reivindicação não voltou a ser aceita por Pedro I, pois outras regiões tinham o mesmo desejo de independência.

"As medidas propostas por Teotônio incentivavam a ocupação das terras próximas ao Rio Tocantins e Araguaia, para que houvesse mais segurança na navegação e até mesmo para garantir o atendimento das necessidades dos comerciantes", destacou Kátia, afirmando que a 'insistência' de Teotônio junto à Corte pelas medidas foi importante para que Goiás saísse da situação que se encontrava.

<h2>Fim da vida e importância para o Tocantins</h2>

Joaquim Teotônio Segurado estabeleceu residência na então vila de São João da Palma, hoje Paranã. Pela forte atuação nos movimentos de emancipação, foi perseguido e chegou a ter os bens cassados. Mas mesmo assim, permaneceu na região, onde foi assassinado no dia 14 de outubro de 1831.

A professora destacou que apesar de enfrentar diversos problemas ligados à sua atuação, Teotônio Segurado escolheu permanecer no Brasil.

"Ele estabeleceu relações não só com a região, mas com as pessoas da região. Ele era português, tinha família em Portugal, mas ele escolheu viver no Brasil. Mesmo derrotado nas cortes quando não aceitaram a província de São João das Duas Barras, quando ele volta no ostracismo para o Brasil, ele escolhe permanecer. Os filhos dele permanecem, trabalham e morrem no Brasil", comentou, ressaltando que a morte dele ainda é considerada um mistério com relação à autoria.

Com diversas pesquisas acerca da criação do Tocantins, Kátia afirmou que é preciso discutir os apagamentos relacionados aos que atuaram nos diversos períodos em que se tratou a emancipação da região onde hoje é o estado do Tocantins.

"Penso a história como uma forma de preservação de fragmentos do passado. Nossa história tem referências nesse passado preservado e transmitido às outras gerações", concluiu.

&nbsp;

Conheça o personagem que nomeou principal avenida de Palmas até ser substituído por Siqueira Campos

Cidades

Cidades - título

Matéria - Cidades- JTO

Teotônio Segurado 

São quase meio-dia. Me permito o luxo de sentar em um banco, afastada de todos. O vento sopra forte, mas o calor insiste em ficar. Enquanto o movimento segue, cada um correndo para seus compromissos, eu abro o aplicativo de música e coloco Primeiros Erros, do Capital Inicial.

Meu eu adolescente tem sido agraciado nos últimos dias com essa discografia na voz do Dinho Ouro Preto. E os pensamentos ganham asas quando ouço:

<cite>[…] Se um dia eu pudesse ver 
Meu passado inteiro 
E fizesse parar de chover 
Nos primeiros erros, oh […]”</cite>

Lembro exatamente da primeira vez que escutei essa música: tinha 16 anos. Foi durante uma aula ao lado de um amigo ouvindo as músicas “do momento”, até que chegou essa. Ele, com a voz grave, disse: “Essa banda é boa, você precisa ouvir! Olha isso!”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/entre-passos-e-vozes-1.3324827" target="_blank">Entre passos e vozes</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/os-saudosos-30-anos-1.3256881" target="_blank">Os saudosos 30 anos</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/acabou-se-o-domingo-1.3224091" target="_blank">Acabou-se o domingo!</a></div>

Naquele instante, a música me abraçou. A voz me tocou. Hoje, às 12h04, ela ainda me toca — só que de outro jeito. Mostra a Karol adolescente que nada sabia da vida. Demoramos a perceber isso. Passamos boa parte da juventude acreditando que somos sábios, mas a verdade é que tropeçamos em barreiras que nem sabíamos existir.

Meus problemas hoje são outros — e bem maiores. Aos 16, eram provas, vestibular, sair para tomar uma Coca-Cola, dormir, ler um livro. Agora… são boletos, treinos, cansaço, relacionamentos. Já falei cansaço?

E aí me pergunto: o que será que estarei vivendo aos 50? Será que vou rir de tudo que hoje me pesa? Será que darei novo sentido a outro trecho da música?

<cite>Meu caminho é cada manhã 
Não procure saber onde vou 
Meu destino não é de ninguém 
Eu não deixo os meus passos no chão […]”</cite>

Viver é difícil, doloroso, cansativo e, às vezes, sem sentido. Mas a vida insiste em nos empurrar para frente. Ensina a enxergar preciosidade no vento em dias quentes, na chuva em noites pesadas, no silêncio em meio ao caos. A valorizar amizades, a acolher o envelhecer, a insistir em ser quem somos.

Hora de voltar à rotina.

Karoliny Santiago&nbsp;é jornalista e atua como assessora de comunicação. Nas horas vagas dedica um tempo pra escrever crônicas que trazem conforto a quem tanto precisa de um abraço.

Quer ter seu artigo ou crônica publicado no Jornal do Tocantins? Envie para o e-mail: contato@jornaldotocantins.com.br

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Um tal de Capital Inicial

Karoliny Santiago

É noite, e hoje decidi sentar no banco do parque. Olho o lago, escuto as vozes que se cruzam, sinto a brisa de outubro e espero a lua, que parece se esconder depois da chuva.

A música toca no celular. À minha direita, dois amigos discutem política — falam da movimentação dos deputados na Câmara dos Deputados e a movimentação da escala 6X1. À esquerda, duas amigas riem alto enquanto comentam as cartas sobre o futuro de um relacionamento. Na minha frente, um casal passeia com o cachorro, entre carícias e sorrisos, tentando acalmar a euforia do bichano.

Ao redor, há quem corra, quem caminhe, quem pedale, quem venda comida, quem apresente trabalhos da faculdade. O parque é um retrato de idas e vindas.

Eu, porém, sigo parada. Observo os outros como se, nos olhos deles, pudesse encontrar respostas para as dores que carrego. A vida também anda pesada por aí, leitor? Por aqui, tem sido assim. Sinto falta da confiança que me habitava há alguns dias. Falta conversar comigo mesma sem precisar esconder lágrimas.

Mas a vida não dá tempo para sofrer. Surge um problema e, antes que seja resolvido, já aparecem outros dois. A agenda se enche, o sono falha, projetos são adiados. Isso é viver? Talvez não.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/os-saudosos-30-anos-1.3256881" target="_blank">Os saudosos 30 anos</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/acabou-se-o-domingo-1.3224091" target="_blank">Acabou-se o domingo!</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/o-medo-e-o-pontape-1.3276220" target="_blank">O medo é o pontapé</a></div>

A rotina nos entope de tarefas, os boletos não esperam, e muitas vezes engolimos frustrações para não machucar quem amamos. Tudo parece frágil demais.

Por isso, não quero ir para casa ainda. Aqui, entre passos e vozes, esqueço um pouco do que me aperta. Dou-me dez minutos de trégua. Hoje, mereço.

A chuva deixou o chão úmido, os passos de tênis fazem barulho, a música ainda toca. O clima não melhorou apenas o ar: trouxe um fio de esperança.

Hora de ir. A vida chama.

Karoliny Santiago&nbsp;é jornalista e atua como assessora de comunicação. Nas horas vagas dedica um tempo pra escrever crônicas que trazem conforto a quem tanto precisa de um abraço.

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Entre passos e vozes

Hoje, ao celebrar uma data especial, volto o olhar para dentro de mim — para o Eu Professor que habita meus dias, meus sonhos e minhas lutas. 
Ser professor é mais do que exercer uma profissão; é carregar no coração o compromisso de semear saberes e esperanças, mesmo quando o solo parece árido. 
 
O Eu Professor nasce todos os dias quando encontro nos olhos dos meus alunos a curiosidade, a dúvida, o brilho de quem descobre algo novo. É nesse instante que percebo que ensinar também é aprender, e que a sala de aula é um espaço de trocas, de afetos e de construção conjunta. 
 
Há dias de cansaço, sim. Dias em que o peso das responsabilidades parece maior que a recompensa. Mas é justamente nesses momentos que o Eu Professor se fortalece — porque entende que educar é um ato de fé: fé nas pessoas, na transformação e no poder libertador do conhecimento.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/anistia-ou-anis-tia-1.3320414" target="_blank">Anistia ou Anis, Tia?</a> 
<a href="https://www.jornaldotocantins.com.br/magazine/cronicas-causos/a-violencia-escolar-de-cada-dia-1.3294854" target="_blank">A violência escolar de cada dia</a></div>

Ser professor é ser ponte entre o que é e o que pode ser. É acreditar que cada palavra, cada gesto, cada escuta atenta pode mudar o destino de alguém. 
 
Hoje, nesta data especial, reconheço em mim o valor de quem escolheu ensinar. 
O Eu Professor é, acima de tudo, um ser de esperança — alguém que acredita no futuro, mesmo quando o presente parece incerto.

E é essa esperança que me move, que me inspira e que me faz seguir — com o coração cheio de propósito e gratidão.

Gleidson Lima&nbsp;é professor e pesquisador, com formação em filosofia, pedagogia, teologia e psicanalista clínico. Atua na área da educação, promovendo conhecimento e inclusão, e segue ampliando sua trajetória acadêmica no curso de Direito. Comprometido com a formação humana e cidadã, dedica-se a construir pontes entre teoria e prática, sempre em favor do aprendizado e da justiça social.

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