Imagem ilustrativa (Divulgação/Pixabay) O chamado “divórcio cinza” entrou na pauta nacional após dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontarem que cerca de 30% das separações envolvem casais com mais de 50 anos. Em 2010, esse índice mal aparecia. Os números não falam apenas de estatística; expõem uma mudança silenciosa na forma de amar. Depois de uma reportagem sobre o tema, uma telespectadora comentou que não conseguiria se separar depois de tanto tempo. Questionou por que a decisão não surgiu no início do relacionamento. A pergunta carrega espanto, mas ignora o peso das rotinas, dos acordos silenciosos e das renúncias feitas ao longo da vida. O IBGE associa esse movimento a transformações culturais claras. A expectativa de vida aumentou, o tempo ganhou novos contornos após a aposentadoria e a independência feminina se consolidou. O que antes bastava como compromisso passou a exigir sentido, presença e escolha.