Diego Maradona, que morreu aos 60 anos como um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, teve três grandes encontros com o Brasil. Foi castigado duas vezes, na Copa do Mundo de 1982 e na Copa América de 1989, mas se saiu muito bem diante do rival no Mundial de 1990.Fã do futebol do brasileiro Rivellino, o craque enfrentou seis vezes a seleção verde-amarela, com uma marcante vitória, dois empates e três derrotas. Nesses duelos, balançou a rede uma vez, em um empate por 1 a 1, no Uruguai, em 1981, na primeira fase de um torneio chamado de Mundialito.Àquela altura, ele já havia sido derrotado uma vez, na Copa América de 1979. Mas foi na Copa da Espanha, em 1982, que o craque teve seu primeiro duelo de maior expressão com a equipe então tricampeã do mundo.No mesmo estádio Sarriá em que seria derrubado pela Itália, o Brasil se impôs sobre os argentinos com ótima atuação de Zico, que abriu o placar e participou dos gols de Serginho e Júnior. Quando Ramón Díaz descontou no final e definiu o 3 a 1 em Barcelona, Maradona já não estava em campo.Com a Argentina em desvantagem de três gols, o meia acertou uma entrada muito dura em Batista, um pontapé na região da cintura. Recebeu o cartão vermelho com o qual se despediu de seu primeiro Mundial.Em 1989, o encontro também não foi feliz para o argentino, que chegou ao Brasil para a disputa da Copa América como grande estrela. Ele já havia sido o grande nome da Copa de 1986 e, diante de uma recepção calorosa, comentou: "Parece que está chegando o papa".O carinho não se estendeu tanto quanto gostaria Maradona, que se irritou com as arbitragens da competição. "A Copa América não passa de uma preparação para o Mundial. Os juízes são ruins, querem aparecer mais do que os jogadores e o campo não está bom", resmungou.O gramado do Maracanã esteve suficientemente bom para que Romário colocasse a bola entre suas pernas, para delírio de 100 mil pessoas. Bebeto marcou o primeiro, de voleio, Romário driblou o goleiro Pumpido, e o Brasil venceu por 2 a 0, na abertura do quadrangular final.A equipe verde-amarela acabou conquistando aquele torneio, em triunfo sobre o Uruguai, porém não conseguiu repetir o sucesso na Copa de 1990. A caminhada na Itália foi interrompida nas oitavas de final, em uma vitória por 1 a 0 da Argentina de Maradona.O craque teve um papel decisivo no resultado. No lance que definiu o placar, cercado por quatro adversários no círculo central, ele driblou Alemão, evitou o combate de Dunga, avançou e ainda fez mais uma finta antes de deixar Caniggia na cara do gol."Maradona. Finta em cima do Alemão, sai do Dunga. Olha o Maradona, que dizem que está machucado, aí. Enfiou para Caniggia. Fez a finta em Taffarel, bateu...", narrou, desolado, Galvão Bueno, na TV Globo.O jogo foi marcado por uma polêmica que viria à tona anos mais tarde. O camisa 10 da Argentina disse em 2004 que incentivara o lateral esquerdo Branco, do Brasil, a tomar goles de uma garrafa de água com uma substância que atrapalhou seu desempenho.Maradona ainda enfrentou a seleção mais uma vez, em 1993, em amistoso que terminou empatado por 1 a 1, em Buenos Aires. No fim, mais perdeu do que ganhou, porém seu triunfo foi emblemático e tirou o Brasil de uma Copa do Mundo. OS JOGOS DE MARADONA CONTRA O BRASIL 2/ago/1979 - Maracanã (Rio de Janeiro), Copa AméricaBrasil 2 x 1 Argentina 4/jan/1981 - Centenário (Montevidéu), MundialitoBrasil 1 x 1 Argentina*Maradona fez o gol dos argentinos 2/jul/1982 - Sarriá (Barcelona), Copa do MundoBrasil 3 x 1 Argentina*Maradona foi expulso por pontapé em Batista 12/jul/1989 - Maracanã (Rio de Janeiro), Copa AméricaBrasil 2 x 0 Argentina 24/jun/1990 - Delle Alpi (Turim), Copa do MundoArgentina 1 x 0 Brasil 18/fev/1993 - Monumental de Núñez (Buenos Aires), amistosoArgentina 1 x 1 Brasil