-Imagem (1.2223302)Nesta quinta-feira, 1º de abril, o Levante Feminista Contra o Feminicídio no Tocantins alegou preocupação pela forma que o Araguacema anunciou, na madrugada de quarta-feira, 31, a contração do goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato da ex-modelo Eliza Samúdio.“O que move este manifesto é o compromisso político pela vida das mulheres. Causa-nos indignação a forma como o goleiro foi apresentado, com pompa e circunstância, em desrespeito às lutas históricas contra a violência de gênero. Receber e saudar a chegada de um feminicida contribui para reforçar a violência estrutural e simbólica contra as mulheres, na medida em que minimiza a gravidade social de um dos assassinatos mais bárbaros dos anos 2000”, diz parte da nota.O movimento explica que não é contra a volta do goleiro ao mercado de trabalho, mas pela maneira que isso é celebrado. O levante aponta que esse tipo de manifestação invisibiliza a morte de mulheres, ao colocar o atleta na condição de ídolo a ser admirado por meninos, jovens e adultos.A nota repudia ainda as declarações que Rogério Berti, sócio da Datamarkets Investimentos, empresa patrocinadora do Araguacema e responsável pela contratação de Bruno, deu à imprensa.“O repúdio é ainda maior quando declarações dadas à imprensa tentam justificar a contratação como ‘uma ação social de resgatar a integridade do jogador Bruno’. Se realmente estiverem, investidores e Clube, interessados em promover uma ação social relevante, sugerimos que assumam publicamente o compromisso com a pauta do enfrentamento ao machismo, a violência contra as mulheres e o feminicídio. Espera-se dos times de futebol, e não apenas do Araguacema Futebol Clube, o mínimo de compromisso ético com a vida das mulheres, mediante a contínua campanha de conscientização de seus jogadores e torcedores, contra o patriarcado e todas as formas de objetificação e violência contra as mulheres”O Lavante cita pontos que o clube e seu patrocinador podem fazer para promover ações sociais, que considera, relevantes: (1) promovam rodas de diálogos na região com homens sobre a violência contra as mulheres e meninas; (2) garantam, no mínimo, 10% das suas vagas para pessoas egressas do sistema prisional e socioeducativo; (3) utilizem as redes sociais semanalmente para abordar as consequências do machismo, (4) façam a doação de bens e valores para organizações do Estado do Tocantins que atendem e acolhem mulheres em situação de violência.O movimento diz que quem deseja entrar em contato com o Levante Feminista pode buscar as redes sociais: Instagram, Twitter e Facebook ou através do WhatsApp pelo telefone (63) 98474-5411.