A temporada de 2021 também será de disputa interna para o Flamengo. Com eleição marcada para dezembro, o clube já respira os ares tradicionais de todo ano eleitoral na Gávea.Presidente eleito com boa margem em 2018, Rodolfo Landim ainda não tem presença confirmada no páreo. Quando venceu o pleito, estava decidido a permanecer por apenas um mandato, e parece que pode seguir com seu plano inicial.Desgastado pela pressão natural de dirigir o clube rubro-negro, o mandatário avalia o ônus e o bônus de sacrificar mais um triênio com menos tempo para a família e os negócios. Apesar de ter maioria nos poderes do clube, seu grupo de sustentação não tem um nome tão de consenso quanto o do atual dono do cargo.Gustavo Fernandes, vice-presidente do Fla-Gávea, é um quadro bem avaliado por Landim para uma eventual sucessão. Luiz Eduardo Baptista, o Bap, também vê a possibilidade com simpatia. Tudo passa, no entanto, pela decisão pessoal do presidente em exercício.Na atual gestão há importantes figuras que já manifestaram, em algum momento de suas trajetórias no Flamengo, o desejo de se lançar. Vice jurídico e geral do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches é um deles. O outro é Maurício Gomes de Mattos, vice-presidente de consulados e embaixadas. No clube, a empreitada de ambos é vista como complicada por conta da necessidade de maior apoio.Um dos idealizadores do grupo que deu origem à "Chapa Azul", Wallim Vasconcellos flerta com a possibilidade. Ex-vice de futebol e de finanças, Wallim, que já tentou o posto em 2015, é visto como uma espécie de "terceira via", já que poderia ter votos daqueles que não gostam da atual gestão e também de quem não quer o "SóFla", principal grupo político de oposição, de volta ao comando.Esta ala foi a grande base política de Eduardo Bandeira de Mello e tenta também articular uma candidatura própria. Há quem goste da ideia de Claudio Pracownik, ex-vice de finanças. O desejo não é dos mais simples, já que o executivo não se empolga com a ideia.Bandeira é uma peça importante neste quebra-cabeça, mas ainda terá de lidar com um capítulo da luta política rubro-negra antes das urnas. O ex-presidente é alvo de um inquérito no Conselho de Administração, o que pode resultar em punição e consequente perda de direitos políticos. Ele é investigado por ter afirmado ter "quase certeza" que o incêndio no Ninho não teria ocorrido com ele no comando.Um dos personagens mais importantes do Flamengo, Marcos Braz também passa por processo similar. Ele, que teria "usado" o Flamengo em sua campanha à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, também é alvo de um inquérito, embora uma punição seja tratada como improvável no clube. Eleito vereador, o vice de futebol é um cabo eleitoral de peso e será uma peça importante no tabuleiro.Recentemente, o grupo "Flamengo da Gente (FDG)" manifestou o desejo de ter Walter Monteiro como candidato próprio. O FDG tem ganhado força como uma importante voz de oposição e o passo é visto como importante para a consolidação de seu papel na cena da política vermelha e preta.