A Série A do Brasileiro costuma ensinar lições às equipes participantes. Uma delas é que, em qualquer jogo, o vacilo custa caro. Pela segunda vez, é castigado pelos erros e por não saber tirar proveito das situações. Dessa forma, a experiência diante do Inter, no Estádio da Beira-Rio, na noite desta quarta-feira (19), se deu em forma de goleada - 3 a 0, após sofrer os gols no segundo tempo.É aprendizado que pode ser tirado, pois o Dragão deixou de abrir o placar na etapa inicial, com domínio da situação e chances criadas, e não soube tirar proveito de ter um jogador a mais durante boa parte do segundo tempo. No empate (1 a 1) com o Sport, o time atleticano não garantiu a vtória por ter sofrido gol nos acréscimos e não aproveitar as oportunidades quando era melhor.Na capital gaúcha, serve como aprendizado de que uma chance desperdiçada tem valor elevado diante de adversários de peso, como o Inter, que obteve a terceira vitória e está na parte alta da tabela. Thiago Galhardo entrou no segundo tempo e fez dois gols. Musto marcou outro.É a primeira derrota atleticana na Série A, após início de vitória e atuação deslumbrantes sobre o Flamengo (3 a 0). Após atuar fora pela primeira vez na Série A, o Dragão terá apenas dois dias de preparação à segunda partida, como visitante em um jogo especial: o clássico contra o Goiás, sábado (22), no Estádio da Serrinha. Ambos foram derrotados no meio de semana.Será reencontro bastante esperado pelos dois clubes. É clássico da reabilitação, rivalidade, de mandar a crise para o lado rival. Afinal, os dois clubes não se enfrentam pela Série A há dez anos - mediram forças em 2010, com uma vitória para cada lado.Esperava-se um Dragão reativo, como visitante, no Beira-Rio. O time atleticano não teve comportamento de só se defender. Diante de um adversário muito modificado e sem o principal nome, o peruano Paolo Guerrero - com lesão no joelho, ficará cerca de seis meses fora e, na ausência dele, o principal assunto no clube é o retorno do atacante Alexandre Pato, que despontou no clube em 2006 e rescindiu contrato com o São Paulo.O time atleticano não teve postura defensiva, de equipe que joga encolhida, à espera do contra-ataque. Ao contrário, se impôs, tocou a bola com rapidez, explorou as debilidades coloradas, mostrou competitividade, percebeu que sem torcida nos jogos é possível equilibrar as partidas como visitante. Em boa parte da etapa inicial, o Dragão se sentiu em casa. Pecou apenas num detalhe na etapa inicial - não fez o gol. Chances foram criadas, mas em duas delas, houve impedimento de um jogador rubro-negro. Não aproveitar oportunidades é um detalhe que costuma fazer falta, principalmente diante de times que jogam em casa e costumam ser letais quando atacam.Não há tolerância. O Inter esperava o vacilo da defesa atleticana. O Dragão pagou caro por isso. Pressionado, o colorado fez o primeiro gol na etapa final. Cobrança de escanteio de Peglow e cabeceio do volante argentino Musto - 1 a 0 Inter, aos 6 minutos. Mesmo em vantagem no placar, o colorado deu sinais de nervosismo. William Pottker, substituto de Guerrero, foi expulso após agressão. De novo, o Atlético se viu em condições de buscar a reação. Foi golpeado no contra-ataque. Patrick encobriu Jean, mas Thiago Galhardo fez o gol - 2 a 0, aos 23 minutos. Pra fechar a goleada, o Inter ampliou na cobrança de pênalti. Thiago Galhardo converte e faz 3 a 0, aos 44 minutos.