O engenheiro de minas João Paulo Nunes Parrião, 33 anos, conta que sua relação com o cigarro começou cedo e fumou durante 10 anos. Porém, em 2015, com a ajuda de amigos conseguiu abandonar o vício, quando começou a sentir os efeitos nocivos nos pulmões. “Eu vi que algo não andava bem com minha saúde e eu sabia que era o cigarro, então larguei de vez a nicotina”, confessa.

Depois da decisão, ele acredita já conseguiu sentir os efeitos de uma vida sem vícios. “O meu sono hoje é controlado, além do meu paladar que está muito melhor do que há três anos”, diz.

Hoje, dia 29 de agosto, é comemorado no Brasil, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data criada para conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo e é considerado um problema de saúde pública. Estima-se que cerca de 200 mil pessoas morram todo ano no Brasil em decorrência do cigarro. Já em todo mundo, esse número salta para aproximadamente 4,9 milhões em perspectiva mundial.

A pneumologista Jussara Martins Oliveira explica que entre os principais problemas causados pelo cigarro se destacam a doença obstrutiva e o câncer de pulmão. Segundo ela, em cada 10 pacientes com câncer nessa região do corpo, nove são fumantes. A especialista explica que além desse mal, o cigarro também pode provocar câncer em outras partes do corpo, como o de língua e garganta. “O cigarro ainda atinge os aparelhos circulatórios e pode causar infarto, tromboses, além de outros cânceres ”, pontua.

Jussara menciona que várias questões causam dependência do cigarro, uma delas é o fumo dentro da própria casa e até mesmo a propaganda em cima deste produto. Questionada sobre os malefícios que o cigarro traz, a médica ressalta que depende de cada organismo, do tempo de fumo e quantidade que essa pessoa consome, seria a chamada carga tabácica. “Uma pessoa que fuma 40 cigarros por dia vai adoecer mais do que uma que fuma 10. Então o fato está relacionado à quantidade. Mas quem fuma um cigarro por dia, todos os dias, já é considerado fumante. “A gente tem que se comprometer em disseminar a ideia de que o cigarro é prejudicial e mata. Junto com o cigarro entra também os cigarros eletrônicos e os cachimbos, todos são prejudicais e matam”, alerta.

Tratamento

A médica explica que o tratamento de um dependente exige esforço. “A gente só trata quem quer ser ajudado. Deixar de fumar é necessário, mas a pessoa precisa de um incentivo, por isso existe os programas antitabagismo.