A família da idosa Angelina Macedo de Farias, de 62 anos, que morreu na terça-feira, 14, depois de receber alta da UTI do Hospital Regional de Gurupi e ser transferida, de ambulância comum, para o Hospital Estadual de Araguaçu, está intrigada com um exame positivo para Covid-19, em nome da paciente que contém dados de outra pessoa.
 
“Com mais calma fui dar uma olhada no prontuário da minha mãe, e ela realizou dois testes, praticamente na mesma data, um atrás do outro. Tem um exame com data do dia 2 [de julho] que é o PC-R, o exame mais preciso, negativo, e no dia 3 foi o exame com os dados de outra pessoa, positivo. Esse exame é de outra pessoa com data de nascimento de 24 de abril de 1938”, explica a filha, a administradora Núbia Borges Macedo, 43 anos.
 
Esse exame já está com a Polícia Civil da 91ª Delegacia de Polícia de Araguaçu, unidade em que a família registrou um Boletim de Ocorrência na sexta-feira, 17, no qual pede apuração policial apontando homicídio culposo da paciente.
 
Pelos documentos, que o JTo teve acesso, é possível ver uma requisição ao laboratório Perfil, datada de 1º de julho deste ano, em nome da paciente, com o seu cartão sus e idade corretos. O exame tem data de coleta do dia 1º de julho, recebimento no Lacen no dia 2 e tem data de liberação do Laboratório Central (Lacen) no dia 3 de julho, conferido e liberado por Karla Regina Miranda César Pereira. 
 
Angelina Macedo de Farias nasceu em 29 de junho de 1958, filha de Nilza Silva de Macedo e Arlindo Alves de Macedo. Tinha, portanto, 62 anos, mas o outro exame, um teste rápido, tem data de coleta no dia 3 de julho, em nome de Angelina Macêdo de Farias, com data de nascimento de 24 de abril de 1938, portanto, com 82 anos. Esse exame tem a assinatura de Vilma Barbosa de Carvalho e do médico Joelcy Pereira Tavares.
 
No sábado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) emitiu nota lamentando o falecimento da paciente e informou ter solicitado relatórios da Comissão de Avaliação de Prontuário e do Comitê de Ética Profissional, do Hospital Regional de Gurupi e informações do Hospital Regional de Araguaçu. O pedido busca esclarecer o atendimento prestado à paciente, da entrada nos hospitais até o óbito. 
 
Após receber o material, a SES afirma que tomará as providências junto à Corregedoria da Saúde e ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para esclarecer os fatos e responsabilidades.