A primeira Fazenda da Esperança criada foi fundada em 1983 na cidade de Guaratinguetá, no interior de São Paulo. Desde então a instituição cresceu e hoje conta com mais de 139 unidades espalhadas por todo o País e em outros 23 países de todos os continentes, exceto na Oceania. No Estado, existem unidades em Porto Nacional, Dianópolis, Palmas (unidade feminina) e Lajeado. Para Fátima Roriz, responsável regional das Fazendas da Esperança no Sul do Pará, Tocantins, Goiás, Sul da Bahia e Mato Grosso, o trabalho desenvolvido nos locais não é apenas no sentido de retirar o acolhido da dependência química, mais sim formar cidadãos. “Nosso trabalho não foca só na recuperação do vício. O foco é formar homens novos. Pessoas conscientes com capacidade de fazer escolhas, para superar suas fraquezas e potencializar os seus dons”, ressalta.

Nelson Giovanelli, um dos fundadores da iniciativa, explica que as ações da fazenda estão profundamente ligadas ao resgate da vida. “Principalmente aqueles que estão aprisionadas pelo uso abuso de drogas e outras dependências. Atualmente nessas 139 comunidades são acolhidos três mil jovens para recuperação. Baseado em um método muito simples, porém, muito efetivo que é a vida espiritual”, comenta.

Exemplo

Ex-dependente químico, Elyhelton dos Santos, de 38 anos, deu o primeiro passo para mudar a realidade de usuário de crack e álcool quando decidiu que precisava tomar um novo rumo na vida. O segundo passo foi ingressar na Fazenda da Esperança de Lajeado, distante 50 km de Palmas, em 2008. Recuperado, ele agradece a comunidade da fazenda, em especial o Frei Hans Stapel. “Eu tenho muito apreço por todos os fundadores e a equipe de Lajeado. Por causa deles eu pude ter uma nova vida”, conta.

Atualmente, Santos trabalha como vigilante patrimonial e nas horas vagas investe em passar seu testemunho de vida através da música. “Criei um grupo de rap chamado Família Vida Nova junto com outros ex-dependentes químicos. Realizamos ações sociais nas comunidades vulneráveis de Palmas sempre buscando sensibilizar as pessoas quanto aos perigos das drogas. E é esse trabalho que me ajuda a me manter de pé também” conclui.