Dados sobre queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que do dia 1º de julho deste ano até esta quarta-feira, 17, o Tocantins registrou 774 focos de calor em seus municípios. Esse número representa 23,3% do total de queimadas registradas no Brasil (5.432 focos). Já de 1º de janeiro deste ano até o mesmo dia mencionado, o Inpe levantou 3.323 focos. Já em relação ao ano passado, no mesmo período o levantamento aponta 2.396 focos. O aumento é de 38,68%.

No mesmo período do ano passado, o Estado somou 579 focos. Ou seja, o total de queimadas sofreu um aumento de 33,6%. De acordo com o Inpe, nesses 17 dias o Estado ocupa a 2ª posição no ranking nacional e o 1º da região Norte, ficando atrás somente do Estado do Mato Grosso, que teve 1265 focos. O estado fica à frente de Minas Gerais (MG), Maranhão (MA) e Mato Grosso do Sul (MS), que registraram 481, 386, 384 focos consecutivamente.

No Tocantins, as cidades que estão com mais focos de calor de 1º a 17 de julho são Formoso do Araguaia com 214 focos (16% do total), Lagoa da Confusão com 81 focos (10,5%), Mateiros com 71 focos (9,2%), Pium com 44 focos (5,7%) e Paranã com 37 focos (4,8%).

Já no ano passado, as cidades que mais queimaram no período foram Mateiros com 74 focos (12,8% do total), Lagoa da Confusão, com 56 focos (9,7%), Formoso do Araguaia com 52 focos (9%), Ponte Alta com 30 (5,2%) e Goiatins com 23 focos (4%).

Cabe destacar que os números de queimadas podem contabilizar a queima prescrita do programa Manejo Integrado do Fogo (MIF), que objetiva destruir todo o combustível orgânico que possa provocar incêndios durante o período de extrema seca.

Orientação

As queimadas, mesmo que controladas, estão proibidas até novembro pelo governo do Estado. A Defesa Civil orienta que a primeira coisa a ser feita é a população ter a exata noção de que o uso do fogo indevidamente é crime, conforme a lei de Crimes Ambientais e pode dar prisão de até quatro anos e multa. “Pessoas que ateiam fogo em lixo, entulhos e galhadas no ambiente urbano ou rural também estão sujeitos às penalidades da referida lei”, destaca o major Alex Matos Fernandes.

O major orienta que para que haja redução no número de incêndios em vegetação é necessário que proprietários de sítios, chácaras e fazendas devem manter suas propriedades aceiradas nas divisas. “Se possível também nas divisões internas, de forma que evite que eventual incêndio se propague a partir dali, ou que venham atingir vindo de outro ponto”, explica.

Sobre os atos de prevenção do governo do Estado, ele pontua que a Defesa Civil atua no trabalho de prevenção e preparação às queimadas e incêndios florestais. Ele relata que um dos pontos a se destacar são as ações do Comitê do Fogo que é presidido pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, e composto por mais de 30 entidades de todas as esferas administrativas e empresas privadas.

Segundo ele, as ações do Comitê visam a prevenção e a educação ambiental, destacando dentre elas o Dia D de Prevenção às queimadas e incêndios florestais. “Esse dia D em 2019, tinha a previsão de visitar mais de 1800 propriedades rurais, levando informação,” diz. 

Outro ponto que está se trabalhando é a capacitação de Brigadistas Florestais nos municípios para trabalhar na prevenção e na primeira resposta aos incêndios florestais, onde não há Unidade de Bombeiro próxima.

Em caso de incêndio

O major orienta a população para que não faça uso do fogo para limpeza de áreas ou terrenos seja ele na zona rural ou urbana. É necessária que faça chegar essa informação a um amigo, parente, conhecido ou pessoa próxima de que o fogo não deve ser utilizado e no atual momento nem a "queima autorizada" está permitida e que essas ações é crime e pode dar cadeia àquele que colocou fogo.

Ele destaca ainda que os estragos provocados pelos incêndios florestais e queimadas geram gastos de milhões de reais com saúde e o próprio meio ambiente. "Além dos danos humanos gerados são imensuráveis e quem sofre mais com tudo isso são nossas crianças e idosos com problemas de ordem respiratória. A fumaça dos incêndios florestais e das queimadas atrapalha o trânsito nas rodovias e chega até a fechar aeroportos, como já aconteceu em Palmas em anos anteriores”, finaliza.