Cientistas relatam que tipo sanguíneo de paciente de Covid-19 tem menor interferência do que se avaliava na infecção ou piora do quadro da doença causada pelo coronavírus.

Em junho, o The New England Journal of Medicine publicou que pessoas com tipo A correm risco maior de desenvolver sintomas mais intensos quando infectadas pelo coronavírus. Pesquisadores analisaram 4.000 pessoas.

Mas estudos publicados pelo Hospital Geral de Massachusetts e outro pelo Hospital Presbiteriano de Columbia (1 Mb), em Nova York, não demonstram que o sangue tipo A aumenta as chances de as pessoas serem infectadas ou terem piora no quadro.

Os dados levam a acreditar que pessoas com sangue tipo O podem ter menos probabilidade de serem contaminadas. Mas o efeito é pequeno e as pessoas não devem contar com isso, segundo os pesquisadores.

“Mostramos por meio de um estudo multi-institucional que não há razão para acreditar que um determinado tipo sanguíneo ABO levará a um aumento da gravidade da doença, que definimos como requerendo intubação ou levando à morte“, disse Anahita Dua, pesquisador do estudo de Massachusetts.

A pesquisa avaliou 1.289 pacientes adultos sintomáticos que deram positivo para Covid-19 foram selecionados em 5 hospitais da região de Boston. Eles foram tratados de 6 de março a 16 de abril.

A grande revisão retrospectiva não mostrou conexão significativa entre o tipo sanguíneo e a piora da doença, ou entre o tipo sanguíneo e a necessidade de hospitalização, requisitos de posicionamento dos pacientes durante a intubação ou marcadores inflamatórios.

“A inflamação é uma descoberta particularmente importante porque o pensamento científico predominante é que o Covid-19 causa estragos no corpo por inflamação sistêmica, o que pode levar a morbidade e morte”, disse Dua. “Descobrimos, no entanto, que os marcadores de inflamação permaneceram semelhantes nos pacientes infectados, independentemente do tipo sanguíneo”.

Os números indicam que há chance maior de pessoas com tipos sanguíneos B e AB com o vírus. Pessoas com tipo O eram menos propensas a dar positivo na testagem.