Ramis Tetu

Guias para o desenvolvimento

Desenvolvimento – quer seja pessoal, profissional ou institucional, é um processo que depende de boas referências, que funcionam como base, modelos, parâmetros, indicadores de caminhos. É como navegar, por terra, ar ou mar, quando precisamos de pontos de partida, de passagem e de chegada: faróis, marcas na trilha, um norte a ser seguido e bons guias. Em qualquer situação e escala, é preciso criar um sistema próprio de navegação, feito de pessoas, ideias, conceitos, exemplos, experiências, princípios e valores, que lhe permitam chegar (e se possível, mais rápido) a algum lugar ou situação que valha a pena.  

Background

Devemos buscar nossas referências de vida não necessariamente em pessoas próximas, mas entre aquelas que valham a pena, que tragam bons valores e ensinamentos; não só nos ídolos dos grandes feitos, mas nos heróis das conquistas cotidianas, que existem aos milhões. Aqui, cabe destacar o enorme valor das boas conversas neste processo. Também na ciência e na cultura, a forma pela qual a humanidade transmite valores, conhecimento, estórias, emoções e experiências para as gerações seguintes, por meio de músicas, filmes, livros, viagens, biografias, cursos, congressos e afins, palestras, construções, jardins, etc.

 

Referências múltiplas

Na complexidade da Terra, da humanidade e do mundo atual, precisamos de um sistema de referências múltiplas que se alteram, acumulam e evoluem, em um processo gigantesco e contínuo de benchmarking. É muito mais fácil progredir com várias estrelas e constelações guias do que apenas pelo sol. A tecnologia da informação permite fantásticas possibilidades neste processo.    

Estudos de desenvolvimento comparado

Se queremos pensar o desenvolvimento do Brasil e o bem comum dos brasileiros, é preciso olhar para certos grupos de países e avaliar os resultados e as marcas de certas escolhas ou situações no seu desenvolvimento como nações, democracias e economias. Por exemplo, o divisionismo no Oriente Médio e no Leste Europeu. O narcotráfico na Colômbia e no México. O socialismo, o populismo e o messianismo na América Latina e na África. O colonialismo e as ditaduras de diversas matizes, mundo afora.

Referências positivas

Por outro lado, também devemos verificar como países desenvolvidos e também em desenvolvimento estão avançando muito e rápido na gestão de áreas como saúde, educação, segurança, meio ambiente e economia. Tem muita coisa boa acontecendo em muitas partes do planeta.  

Sadio Mané

Este senegalês que atua no Liverpool se destaca no mundo das celebridades esportivas não só como um dos melhores jogadores do mundo, mas pela forma como ele gasta seus ganhos, dita por ele mesmo: “Não preciso de Ferraris, relógios e aviões, quero ajudar meu povo”.  Referência de solidariedade e compromisso com sua nação, fora dos padrões de ostentação e luxo do mundo do futebol. Aqui temos Senna, Guga e Raí como alguns dos exemplos desta boa vertente.   

Teia da Vida

A natureza, com sua experiência de 4 bilhões de anos na Terra, é uma referência poderosa para qualquer área de conhecimento e desenvolvimento humano. Não à toa, a ciência da biomimética anda em alta, produzindo resultados fantásticos. O mundo natural é cheio de sinergia, integração e transmissão de conhecimento, valores pouco praticados pelos humanos, mas que balizam a evolução. 

Pesquisa ou referência bibliográfica?

As universidades brasileiras e seus doutores precisam adotar responsabilidade, humildade, senso prático e de equipe como referências para: primeiro, agirem como um sistema único que foque nas demandas e problemas dos brasileiros; segundo, nesta direção, separarem o que é objeto de pesquisa, de um lado; e de transferência de tecnologia, de outro (que só depende de referência bibliográfica e técnica). Em resumo, universidades precisam ser referências técnicas e de gestão, não puramente acadêmicas.      

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