Talita Melz
PalmasAllan Moreira Borges, suspeito da morte da professora Heidy Aires Leite Moreira Borges, em dezembro de 2014 em Palmas, irá a júri popular. A decisão foi tomada pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, José Ribamar Mendes Júnior. Ela foi encontrada morta com quatro perfurações de faca em sua residência.
Na sentença de pronúncia, o juiz justificou que devido as evidências e circunstâncias do caso ele vislumbrou a necessidade da presença de subsídios suficientes que justificam a submissão do reú ao Plenário do Tribunal do Júri. Ainda na decisão, Mendes ressalta que reconhece indícios de autoria do crime e provas da materialidade do crime, mas que não tem pretensão de interferir no julgamento dos jurados. Conforme o juiz, não existem evidências que Borges tenha permanecido em Gurupi por toda a noite no dia do crime, como havia alegado a defesa do suspeito.
"Sem a pretensão de refletir o julgamento plenário, embora o réu tenha negado a prática do delito, aduzindo que não estava nesta cidade no momento dos fatos, entendo que os demais elementos de prova colhidos nas fases investigatória e judicial, especialmente quando conjugados, nos transmitem indícios suficientes da autoria para os fins dessa apreciação sumária, cuja máxima é a defesa da sociedade. Verifico, portanto, indícios de ação direcionada a atingir a vida da vítima Heidy Aires Leite Moreira Borges", declarou por meio da decisão.
Perante o júri, o réu responderá por homicídio duplamente qualificado, já que foi praticado sem a possibilidade da vítima se defender.
Liberdade
Ainda na sentença, o juiz determinou que o réu aguarde o julgamento em liberdade. A determinação aconteceu conforme entendimento do magistrado "não há justificativa para a decretação da prisão preventiva do acusado, em especial por ter comparecido a todos os atos processuais".
Denúncia
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o réu e a vítima reataram o casamento em 2013 após um divórcio, eles haviam ficado separados durante quase quatro anos. Antes do crime, o suspeito teria descoberto que a professora mantinha contato telefônico com um ex-namorado, Leandro de Brito Nunes, que se relacionou no período do divórcio.
Na denúncia, o MPE afirma que Borges premeditou o crime. Ele levou os dois filhos do casal para a residência dos avós, em Gurupi, para mantê-los longe de casa e cometer o assassinato.
Caso
Um novo laudo divulgado em maio deste ano confirmou que o material genético encontrado nas secreções e nas unhas da professora era do marido. Havia também material genético de uma terceira pessoa.
O material do réu foi colhido após ele aceitar colaborar e doar material genético durante uma audiência. Também foi analisado o material genético do ex-namorado da vítima, mas não coincidiu com o coletado em Heidy.
O material genético no corpo da vítima foi colhido após a exumação do cadáver, já que existia a suspeita de luta corporal com o assassino antes da morte. Conforme as investigações, a professora foi atacada enquanto dormia e depois de ser atingida tentou se arrastar para fora do quarto.
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