O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, cobrou informações ao ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. O decano é relator de ação que questiona a orientação da pasta publicada em maio que liberou a prescrição das substâncias para casos leves da doença.

Pazuello deverá enviar as informações em cinco dias. Os documentos serão usados pelo ministro para embasar decisão no processo apresentado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS). A entidade pede ao Supremo liminar para obrigar o governo a se abster do uso das substâncias.

A liberação das substâncias foi o primeiro ato de Pazuello no cargo de ministro interino, e ocorreu após pressão do presidente Jair Bolsonaro. Antes dele, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich se recusaram a assinar orientações para o uso da substância para todos os pacientes com covid-19.

O documento assinado por Pazuello aponta que não há comprovação científica da eficácia dos medicamentos, mas que o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso da cloroquina e hidroxicloroquina. “A prescrição de todo e qualquer medicamento é prerrogativa do médico, e que o tratamento do paciente portador de COVID-19 deve ser baseado na autonomia do médico e na valorização da relação médico-paciente que deve ser a mais próxima possível, com objetivo de oferecer o melhor tratamento disponível no momento”, apontou o Ministério da Saúde.

O protocolo alterou postura adotada pela pasta, que tendia a ser mais cautelosa no tratamento da covid-19 devido aos efeitos colaterais graves da cloroquina, como parada cardíaca.

🔘 Acesso o nosso especial 'Coronavírus Sem Mistério' e confira gráficos interativos, lives, entrevistas, podcast e tire as suas dúvidas da doença