Com a greve dos servidores efetivos do Quadro da Saúde e dos médicos deflagradas no começo desse mês, pacientes dos hospitais públicos do Estado estão sofrendo com a diminuição de servidores no atendimento, o aumento no tempo de espera por cirurgias e com a alimentação precária.

De acordo com o eletricista Itaeres Pereira de Sousa, de 46 anos, internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Geral de Palmas (HGP) a espera de uma cirurgia, os pacientes considerados menos grave e que esperam por operações estariam recebendo liberação para aguardar em casa enquanto dura a greve. “Depois eles serão chamados para fazer as cirurgias”, comentou Sousa que está na tenda instalada no hospital.

O eletricista também comentou que não houve refeições hoje para os acompanhantes dos pacientes. “O almoço hoje foi angu de milho, arroz misturado com milho e folha de rúcula, como salada”, relatou afirmando que os funcionários estão deixando entrar com marmitas de fora para complementar a refeição. “Quem tem condição vai comprar carne e traz marmita.”

Greve

Os profissionais da saúde, assim como profissionais da educação, também estão paralisados desde o último dia 10 como forma de forçar o governo do Estado a pagar os retroativos da reposição geral anual (data-base) 2015, e também a implantação do índice de 9,8307% referente à revisão geral anual (data-base) 2016.

A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que os pacientes estáveis ou de baixa complexidade, internados no HGP, com classificação verde, estão sendo contra-referenciados para hospitais de gerência do Executivo Estadual, próximos aos seus domicílios, para que tenham melhores condições de internação enquanto aguardam os procedimentos, por hora adiados, devido à paralisação de parte dos servidores da saúde.

Em nota enviada, a secretaria informa também que alguns pacientes residentes de Palmas, ficarão em regime internação domiciliar, com acompanhamento constante por uma equipe multiprofissional do próprio HGP, recebendo todos os cuidados em casa como se estivessem no hospital.

Sobre os atendimentos nos hospitais estaduais, a Secretaria destaca que os acolhimentos de urgência e emergência estão mantidos. Questionada sobre a negociação da greve, a pasta informou que as negociações estão à cargo das Secretarias da Administração e da Fazenda.

O Jornal do Tocantins entrou em contato com o Sindicato dos Médicos no Tocantins (Simed) e com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Tocantins (Sintras) para posicionamento, mas ainda não recebeu retorno de nenhum dos órgãos.