Segundo especialistas, os transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, social, pessoal e profissional. Além de influenciar na possibilidade de autocrítica e tolerância aos problemas e ainda na possibilidade de ter prazer na vida em geral.

A psicóloga Mariana Miranda explica que o fato de ter ou não a expressão Transtorno Mental impressa no cartão de passe livre pode provocar para o usuário alguns problemas na forma como ele próprio enxerga na hora de considerar que teve a garantia do direito. “Às vezes o paciente pode ter alguns constrangimentos com algumas pessoas, muito mais vinculados em como a sociedade convive com as questões de transtornos mentais. Mas isso não quer dizer que interfira na eficácia do atendimento”, diz a profissional, explicando que o fato precisar expor publicamente sua condição de paciente psiquiátrico para dispor de um serviço público pode fazer com que ele não consiga garantir os direitos que foram conquistados. “Como por exemplo, ter o espaço de ir e vir na sociedade, que é também a garantia da convivência social para essa pessoa”, complementa.

A especialista ressalta que a forma como a sociedade lida com os transtornos mentais, muitas vezes associada com periculosidade, medo dessas pessoas ou desqualificação em qualquer atividade praticada por elas, dificulta um pouco mais a participação delas nos espaços de convivência social. “Então tem muito mais a ver com a forma como lidamos com esse sujeito do que ele em si. Até mesmo reconhecendo que existe a garantia desses direitos, é importante que os serviços que atendem essas pessoas possam considerar esses acontecimentos no tratamento, de forma com que essas coisas possam ser trabalhadas. Assim também como o Estado possa pensar em outras maneiras de garantir esses benefícios de forma que minimize os constrangimentos para esses pacientes, considerando tais dificuldades, inclusive, a garantia de direito dessas pessoas”, observa.