É só chegar o dia de uma final de campeonato, uma grande comemoração pública e, principalmente, no Réveillon, que muitos optam pela famosa queima de fogos para externar suas alegrias. Mas, enquanto alguns comemoram, outros, donos de animais, ficam apreensivos à procura de alternativas para proteger seus bichos. Tudo porque, principalmente cachorros, não ficam tão à vontade assim perto dos barulhos ensurdecedores dos rojões.

Muitos acreditam que é por conta da audição mais aguçada, mas é um mito. Segundo o zootecnista Renato Zanetti, baseado em dados publicados no livro Animal Welfare, de 2011, os fogos são ruins por desencadearem medo e ansiedade no animal. Para os cachorros, o barulho de explosão remete a um sinal de perigo ou de que algo de ruim vai acontecer com ele, e para que nada aconteça, ele tem que correr. Com isso, acabam fugindo de casa, aumentando riscos de atropelamento e de desaparecimento. Há também animais que se mutilam.

Por conta dos cachorros que têm medo do barulho dos fogos, Patricia Silva comentou em uma rede social que já combinou com o marido e voltarão para casa mais cedo na noite da virada, por volta das 23h30, independente do lugar que estiverem, para ficar em casa com os animais na hora que começar a barulheira. “Só vamos voltar para festa depois dos fogos”, disse. Já Andrea Thome Zechineli manifestou preocupação com os animais de rua. “O meu tem medo, mas como está dentro de casa acho menos pior, o que meu deixa com o coração partido são os que estão na rua, até porque todos os dias sofrem algum tipo de agressão e os fogos os assustam mais”, declarou.

Para Zanetti, algumas dicas são bem-vindas para ajudar a acalmar o animal, como mantê-lo abrigado, com o dono por perto e suporte emocional. O zootecnista lembra também que é preciso dobrar os cuidados com a identificação do bichinho, como plaquinhas com nome e telefone de contato do proprietário, já que é maior o risco dele fugir de casa.

O zootecnista comentou também sobre a técnica de passar uma faixa pelo animal. Segundo ele, criada na década de 1970, “a prática requer treino, pois simplesmente trançar uma faixa em seu cão não vai fazê-lo ficar mais calmo, e talvez só o deixe mais irritado ainda, principalmente estando amarrado”.

O motivo de se usar essa técnica está em seus benefícios relaxantes, e do toque em pontos específicos. É como a shantala, a massagem relaxante para bebês. O especialista completa que já existem algumas roupinhas no mercado que prometem o mesmo efeito da técnica, e são mais seguras, já que a faixa pode ser amarrada da forma errada e causar mais estresse.