Com cerca de 20 peças já montadas e em fase de montagem, o Projeto “Preparação de Peças Anatômicas para a Implementação do Museu de Morfologia da UFT” já agenda visitas para os interessados em conhecer a forma de esqueletos e a anatomia  humana e animal, após a técnica da taxidermia e a preparação da osteologia. O espaço físico do museu é dentro da Universidade Federal do Tocantins (UFT) em Palmas e as visitas podem ser agendadas pelo e-mail doacaodecorpos@uft.edu.br  ou pelos números (63) 3229-4713/4820. 

Conforme a professora de nutrição e bióloga, Tainá de Abreu, o projeto já está em andamento em um ano e agora recebe doações para a composição de peças. “Inicialmente a ideia era trabalhar somente com a anatomia humana, mas estendemos também para as contribuições para a anatomia animal”, explica. O objetivo é gerar uma coleção museológica para exposições internas para estudantes da Instituição e de outras unidades de educação, além da comunidade externa para a difusão de conhecimento sobre a anatomia e a taxidermia, além da proteção da fauna silvestre. 

A proposta de extensão tem como objetivos melhorar as práticas de ensino de morfologia por meio da preparação de peças anatômicas pelos alunos da área da saúde da UFT. A professora Tainá conta que a ideia do Museu surgiu devido a intensificação de visitas por parte da comunidade, principalmente de escolas, as instalações do laboratório de taxidermia, onde técnica já é utilizada. A taxidermia é a técnica de encher com palha um animal morto com a finalidade de conservar suas características originais, já a  osteologia é a preparação de esqueleto.

Dessa forma, a proposta se volta tanto para o ensino “quanto para exposições para a comunidade na forma de um museu de morfologia, a partir da doação de corpos humanos, o qual será inédito no Tocantins, possibilitando o compartilhamento de saberes produzidos dentro da universidade”, diz.

Parceria

Recentemente, o Projeto recebeu doações de cadáveres humanas que já estão partes dos sistemas montados ou em processo de montagem. Também a iniciativa recebeu doações do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) de animais para a exposição. 

A doação aconteceu por meio de Termo de Cooperação, que conforme a Naturatins, auxilia os objetivos do projeto no que se refere a valorização da fauna por meio da preparação de animais para exposição na forma de esqueletos e taxidermia, que tem entre as propostas demonstrar a grande diversidade das espécies, além de enfatizar os riscos pelos quais os bichos estão sujeitos.

Conforme a professora Tainá de Abreu, a parceria com Naturatins  proporciona aos alunos dos cursos de medicina, enfermagem, nutrição e também de física e engenharia civil, um treinamento científico para produzir as peças, a partir da doação de carcaças dos animais que vieram a óbito no Centro de Fauna do Tocantins (Cefau). 

“Temos técnicas diversas, já que podemos aproveitar tudo do animal que veio a óbito, desde as garras, pele, pena, pelo, órgãos, músculos ou ossos. Ao avaliar podemos por exemplo fazer o estudo do sistema digestório. No caso dos ossos, montamos os esqueletos. Além de estudos como a observação  da forma, estrutura, dentição, a diferença de um grupo de animal e outro. Tudo pode ser estudado”, diz.

Para a bióloga e inspetora de Recursos Naturais do Naturatins, Angélica Beatriz Gonçalves, o objetivo dessa parceria é didático, em razão de possuir material biológico importante. “Além recuperar e reabilitar os animais, podemos o orientar preventivamente para o combate ao tráfico. No Naturatins também chegam animais que foram vítimas de maus tratos ou atropelamento. Esta parceria poderá enriquecer o conhecimento e criará a oportunidade de proteger a fauna”, explica.