Dando sequência as matérias com sugestões para os candidatos que farão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Jornal do Tocantins traz nesta edição, dicas de professores de História, Geografia, Sociologia e Filosofia, disciplinas que serão abordadas na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias que será aplicada no primeiro dia de exame, dia 3 de novembro.

A reportagem ouviu os professores de História Ederson Miranda Braga, de Geografia Ricardo Miranda, e de Filosofia e Sociologia, José Roberto Carvalho, que já vêm preparando seus alunos ao longo do ano para o Enem.

Na opinião do professor de História, Ederson Miranda Braga, o Edinho, os candidatos devem se preparar para uma prova mais conservadora e conteudista. “Para a prova do Enem tem que ter cabeça fria, tem que ter uma boa leitura, uma boa interpretação, compreensão  dos documentos históricos e fazer uma boa análise e uma avaliação do que se pede exatamente. Eu imagino que vamos ter uma prova mais conservadora, com temas não muito polêmicos. Acredito que vão utilizar documentos históricos e linhas de historiografias mais conservadoras, uma linha mais positivista”, aposta.

Quanto ao conteúdo, o professor Edinho acredita caia questões referente ao período de escravidão, importante na construção da identidade brasileira; revolução industrial (primeira, segunda, terceira e quarta onda); queda do muro de Berlim, que completa 30 anos, e simboliza a queda do socialismo; proclamação da república; guerra do Paraguai; e educação patrimonial.

“Eu acredito que tenha um caráter ideológico político de reafirmar o governo que temos aí. Papel do militar como herói nacional, como protagonista, como republicano em si. São temas que a gente tem que tomar muito mais cuidado com a análise dos documentos. Vai ser uma prova conteudista. Vão tirar a ditadura para não dar polêmica como também não vão utilizar os fatos recentes”, acredita.

Entre as figuras históricas, ele aposta, entre outros militares, em Marechal Deodoro da Fonseca como grande iniciador da república brasileira. “Vão utilizar desse período da construção da república para resgatar esse sentimento no povo brasileiro, patriotismo, cidadania, participação, democracia, só que foi uma democracia construída através das elites”, afirma Edinho, certo de que não serão abordadas questões relacionadas a líderes carismáticos e desenvolvimentistas como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

Na linha de resgate a identidade coletiva brasileira, o professor acredita que questões ligadas à educação patrimonial continuarão caindo. “Preservação de patrimônio, da memória, de bens materiais e imateriais, da questão de folclore, artesanato, atividades manufatureiras. Diferença entre patrimônio paisagístico, patrimônio arqueológico, preservação da memória brasileira”, pontua.

Geografia

A aposta do professor de Geografia, Ricardo Miranda, também aposta numa prova mais conteudista. Ele destaca que os temas mais relevantes serão: questões ambientais, comércio, indústria, globalização, processo de urbanização, biomas e domínios morfoclimáticos e dos relevos.

“Devido a mudança do governo e no Ministério da Educação, eu acredito que essa prova tende a ficar mais conteudista. Eu acredito que o Enem vai focar um pouco mais nos elementos mais físicos da geografia, como clima, relevo, solo, vegetação, nos biomas e nos domínios morfoclimáticos”, pontua.

Questões internacionais só aparecerão se o Brasil tiver alguma relação. “Vai ficar dentro da área de geopolítica, a área de comércio e do capitalismo, essas questões internacionais só quando o Brasil estiver envolvido. Daria um destaque para a guerra fiscal que tem ocorrido entre os Estados Unidos e China, os dois maiores parceiros econômicos do Brasil. Se os EUA perder ou ganhar para quem depende economicamente vai ser afetado e do outro lado da mesma forma. Interfere no mundo inteiro”, afirma.