Para reconhecer as práticas aplicadas em sala de aula e com alunos, o Ministério da Educação (MEC) desenvolveu o Prêmio Professores do Brasil que já está em sua 11° edição. O Tocantins esteve bem representado no concurso pelo professor de Educação Física, Weliton de Freitas Silva, que foi premiado na categoria Esporte Como Estratégia de Aprendizagem. A cerimônia de premiação ocorreu nesta quinta-feira, 29, no Rio de Janeiro (RJ).

Silva atua na escola Estadual Cândido Figueira, em Figueirópolis do Tocantins e, na primeira vez que participa, teve a surpresa de ganhar o prêmio nacional com o projeto "O Brasil não é o país só do futebol como a grande maioria prega por aí".

Projeto premiado

A ação surgiu da percepção do profissional, ao ser contratado como professor da escola, de que muitos estudantes não tinham interesse em participar das aulas e havia uma falta de estímulo para isso.

"A intenção principal é mostrar para as crianças que crescem pensando que só tem o futebol para praticarem e só há essa possibilidade de carreira, que não é só isso que há dentro da escola, a proposta é trazer outras modalidades individuais e coletivas que se pode trabalhar lá dentro", contou.

Para isso dar certo, o professor teve que trabalhar primeiro com a conservação do patrimônio público e estimular o interesse em praticar esportes nos alunos. "Fiz uma análise com meus alunos e entendi que para trabalhar as diferentes modalidades, eu precisava demarcar a quadra, então fizemos isso com ajuda de todos eles, sendo que, após essa etapa, foram sendo inseridas as novas modalidades como atletismo, tênis de mesa, voleibol", destacou.

O projeto envolve ao todo 14 turmas e 365 alunos durante todo o semestre, tanto de forma didática quanto prática. Mas Silva só começou a ver os resultados quando conseguiu levar duas equipes de futsal e dez alunos do atletismo para uma etapa regional dos jogos escolares.

Nesse sentido, o professor percebeu que os alunos estavam aprendendo a valorizar o esporte e a compreender a importância da conservação do patrimônio público, então enviou o relato do projeto para concorrer ao prêmio.

Vencedores

Outros quatro professores do Pará, Ceará, Piauí e Mato Grosso também subiram no palco para receber premiação por outros projetos, também na categoria esportiva. Todos os cinco professores ganharam um troféu e R$ 5 mil em vale para a escola.

A premiação nessa categoria foi patrocinada pelo Instituto Península que apoia a ação pelo segundo ano consecutivo.

A organização atua nacionalmente nas áreas de Educação e Esporte para aprimorar a formação continuada dos professores. "Não podemos esquecer que temos coisas boas, então o apoio ao prêmio veio com o nosso desejo de colocar luz no que tem de bom, nas ações que são destacadas, claro que lidamos com a realidade que é muito complexa e tentamos contribuir, mas precisamos celebrar o trabalho dos professores que fortalecem o esporte como uma poderosa ferramenta pedagógica", disse a diretora do instituto, Heloisa Morel.

Prêmio

O Prêmio Professores do Brasil é uma iniciativa do Ministério da Educação e parceria com instituições que buscam reconhecer, divulgar e premiar o trabalho de professores de escolas públicas que contribuem para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos nas salas de aula. A edição 2018 premiou 30 professores em seis categorias: Creche, Pré-escola, Ensino Fundamental dividido em três etapas e ensino médio, além de temáticas especiais como Esporte como estratégia de Aprendizagem.

O ministro substituto da Educação, Henrique Sartori, esteve na premiação e ressaltou a importância de se destacar as boas ações desenvolvidas nas escolas de todo o país. "Os professores marcam nossa trajetória, e essa profissão as vezes também nos escolhe porque vemos nos nossos educadores uma referência de vida e dedicação, por isso precisamos destacar esse momento", ressaltou o ministro, ao finalizar o evento.

Além das autoridades das instituições parceiras e do próprio Governo Federal, o evento também contou com uma participação especial e musical de Paulinho Moska.

(A jornalista Lauane dos Santos viajou ao Rio e Janeiro a convite do Instituto Península​)