Elâine Jardim
elaine.jardim@ojc.com.brPara chamar atenção da população para luta contra às hepatites virais e reforçar a vigilância, prevenção e controle do agravo, o Grupo Condutor de Doenças Infectocontagiosas da Prefeitura de Palmas realiza a partir desta segunda-feira, 1° de julho, ações como palestras, rodas de conversas e testagem rápidas nos Centros de Saúde da Comunidade (CSC) da Capital.
A Lei 13.802 que instituiu o Julho Amarelo foi sancionada pelo governo federal em janeiro deste ano. Segundo a legislação, a mobilização deverá ser realizada a cada ano em todo o território nacional durante o mês de julho, para conscientizar sobre os riscos, alertar sobre as formas de prevenção e estimular as pessoas a se vacinarem contra as hepatites A e B e a buscarem o diagnóstico precoce.
Durante o período, haverá ações em salões de beleza para orientar manicures sobre práticas seguras no ambiente de trabalho, para proteger tanto o profissional quanto seus clientes. Assim como prevenção e vacinação contra hepatites virais e convite para testagem nos CSCs para os trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fernanda Fernandes é biomédica sanitarista e compõe o grupo condutor da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Ela explica que a falta do conhecimento da existência da doença é o grande desafio, por isso a recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade façam o teste gratuitamente em qualquer unidade básica de saúde e, no caso positivo, façam o tratamento que está disponível na rede pública de saúde. “Vamos intensificar ações prevenção durante o mês de julho, mas não significa que a prevenção à doença deva ser menor nos demais meses do ano, muito pelo contrário, a cada dia deve-se aumentar a atenção porque as hepatites virais são as principais causas de câncer no fígado”, orienta.
O Ministério da Saúde aponta que em 2017 o Brasil registrou 40.198 casos novos de hepatites virais, sendo que 70% dos óbitos por hepatites são decorrentes da hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%).
A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas e é considerada problema de saúde pública no Brasil e no mundo,
Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, três milhões de brasileiros estão infectados pela hepatite C, mas não sabem que têm o vírus. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 3% da população mundial, seja portadora de hepatite C crônica.
Conheça as hepatites
A Prefeitura de Palmas informa que existem cinco são os tipos mais comuns de hepatites virais (A,B,C,D e E) e no caso a hepatite B, já há vacina disponível nos postos de saúde para pessoas de até 50 anos de idade. Além destes tipos são registrados ainda dois outros: o F que apesar de estudos recentes não terem configurado sua existência, sendo, portanto descartado, mas não eliminado da literatura médica, e o tipo G.
A Hepatite A tem o maior número de casos, a doença está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve, cura-se sozinha e tem vacina.
A Hepatite B é o segundo tipo com mais casos e atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.
A Hepatite C é transmitida principalmente por meio do contato com o sangue e é considerada a maior epidemia mundial, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. Não tem vacina. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.
A Hepatite D é causada pelo vírus da hepatite D (VHD) e ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.
Hepatite E é causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem apresentar formas mais graves da doença.
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