O julgamento que começou na manhã desta terça-feira, 15, por volta das 9 horas no Fórum de Palmas, pelo homicídio do taxista Alan Kardec de Oliveira, que ocorreu em 2015, terminou por volta das 21h30 com a absolvição do acusado. O pintor Cleber Venâncio foi inocentado pelo Júri Popular por quatro votos a um, conforme informou o advogado de defesa, Paulo Roberto Silva.

“É um assassino que deve voltar pra sociedade e continuar matando. O Ministério Público vai recorrer, mas agora ele vai ficar livre junto com a minha família na rua. Sentimos uma insegurança total, uma falta de preparo imensa, por que como reconhecem uma pessoa como assassino e pistoleiro e libertam ela? Não entendi e nem quero entender”, disse a irmã da vítima, Altina Luzia de Oliveira.

Durante todo o interrogatório, Venâncio disse ser inocente, e que não conhecia a vítima. "Como eu vou assumir uma coisa que eu não fiz?, eu podia pegar uma pena menor e a família dele achar que está resolvido. Se eu tivesse feito, eu assumia. Estou há quatro anos preso e trabalho na cadeia, fazendo o mesmo que fazia na rua. Eu sou trabalhador e quero sair com meu nome limpo. Mas eu não posso dizer que fiz o que não fiz", disse Venâncio durante a manhã desta terça.

Acusação e defesa

O promotor de Justiça Breno Simonassi, representando a acusação, disse que sustenta sua acusação de homicídio qualificado, considerado um crime hediondo. "Vamos sustentar toda a íntegra da denúncia do processo. Tem provas testemunhais oculares que viram ele, tem uma das testemunhas que perseguiu o Cleber, tem um conjunto comprobatório, no nosso entender, suficiente para condenação", afirmou antes da conclusão do Júri.

O advogado de defesa, Paulo Roberto Silva, explicou que sustenta a negativa de autoria. "Há um equívoco absurdo com a relação a pessoa do Cleber Venâncio que está preso há mais de quatro anos, poderia confessar o crime e sair condenado e diminuição da pena e responder pena em liberdade porque, se contar a remissão, há tem quase 6 anos de pena. Mesmo assim, ele não confessou porque na verdade ele não é o culpado" destacou.

Caso

O taxista, que tinha 41 anos, foi morto quando trocava o pneu do carro na porta de sua casa, na Quadra 106 Norte, em Palmas. Um homem se aproximou e disparou seis tiros contra Oliveira, que não resistiu aos ferimentos nas costas, rosto e pescoço, e morreu.

O inquérito da Polícia Civil sobre a morte do taxista, concluído em abril de 2015, apontou que o pintor Cléber Venâncio, na época com 39 anos, era o autor do crime e posteriormente o Ministério Público Estadual (MPE) apresentou denúncia contra o acusado.

Ele foi preso em 19 de fevereiro de 2015 após receber voz de prisão, na porta da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (Deic), quando foi acompanhar a esposa que seria ouvida. A Justiça decretou sua prisão preventiva e Venâncio permaneceu Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas, até a manhã desta terça.