Redação Jornal do Tocantins
Agentes da 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Deic) de Paraíso do Tocantins deflagraram na manhã desta quinta-feira, 29, a Operação Nêmesis, com o cumprimento de 36 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão em diversas cidades do interior do Tocantins. Os mandados também são cumpridos em cidades da Bahia, Goiás, Mato Grosso (MS) e São Paulo.
As investigações, que começaram em fevereiro de 2020 seguindo até novembro do mesmo ano, miraram em uma facção criminosa que atuava no País e de acordo com o delegado-chefe da 6ª Deic, Hismael Athos, foi identificado um forte esquema de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico e posse de armas de fogo cometidas pelos membros da organização criminosa. Os integrantes, segundo apurado, tinham obrigação de financiar a organização mensalmente com certa quantia em dinheiro que variava de acordo com o estado.
De acordo com a Polícia Civil, no início do ano passado, os criminosos teriam ‘pichado’ o carro de um policial que atua no interior do Tocantins com o símbolo da organização criminosa, o que deu início à apuração do caso.
O cumprimento dos mandados ocorreu nas primeiras horas do dia nas cidades de Palmas, Araguaína, Paraíso do Tocantins, Divinópolis, Pium, Cristalândia, Porto Nacional, Miranorte, Lagoa da Confusão, Araguaína, Marianópolis e Tocantinópolis, como também em Jaraguá (GO), Campo Grande (MS), Barreiras-BA e Barueri (SP), e nas unidades prisionais de Palmas, Paraíso, Cristalândia, Tocantinópolis, Gurupi e Guaraí.
Crimes
Após o vandalismo no carro do policial, segundo o delegado, a investigação descobriu um sistema organizacional que julgava, punia e executava integrantes de facções rivais como forma de seus membros ascenderem dentro do grupo criminoso. Esse modo operandis era utilizado para obter domínio territorial das cidades do interior do Tocantins, formando um suposto ‘poder paralelo’ que cometia crimes como assaltos, homicídios e comercialização de entorpecentes.
“A organização possui inclusive Estatuto pelo qual integrantes juram fidelidade, uma das cláusulas é a contribuição financeira dos que estão em liberdade para com os que estão presos. Às exigências incluem ainda ajuda aos familiares, ação de resgate e pune com morte aquele que não contribuir com os demais”, detalhou o delegado, através da assessoria da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Os investigadores descobriram ainda que a rivalidade entre facções gerou a morte de que um adolescente de 16 anos, que teria sido executado em Cristalândia. “O objetivo da facção é o total domínio do território para então realizar o comércio ilícito de drogas, em contrapartida, não aceitam que outros infratores roubem moradores sob pena de serem julgados com advertência e até mesmo a morte caso descumpram as regras criminosas”, disse o delegao, destacando que havia o recrutamento de jovens para integrar o grupo criminoso.
Além disso, a facção tem braços espalhados em São Paulo e outros estados, e até ramificação até em outros países, “divididos em células autônomas de atuação, através das quais o tráfico de drogas e de armas é realizado”, completou o delegado.
Nêmesis
O nome Nêmesis faz referência à deusa da Mitologia Grega, “considerada da vingança e da justiça equitativa, causando terror e medo a seus oponentes, normalmente obtendo a vitória”. O nome foi escolhido pela Polícia Civil pro fazer um paralelo com as ameaças direcionaram às forças de segurança do Tocantins, que revidou com “uma ação reativa, com maior poder de força por parte do Estado”, destacou a SSP.
A Operação conta com a ação de 100 policiais coordenados pela Deic de Paraíso do Tocantins, e conta com o apoio de todas as Divisões Especializadas de Repressão ao Crime Organizado vinculadas à Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), do Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE) e do Sistema Prisional da Secretaria de Cidadania e Justiça do Tocantins (Seciju).
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