A Polícia Civil do Tocantins divulgou ter concluído o inquérito policial que apurava a prática de golpes aplicados através de redes sociais contra adolescentes. As investigações da polícia chegaram até um suspeito de 22 anos, que mora em Palmas, e praticava há alguns anos o mesmo tipo de crime.

O delegado responsável pelo caso, José Lucas, relatou como era a formato desenvolvido pelo homem: “O indivíduo utilizava-se de uma conversa falsa, na qual fazia uso de uma montagem, para enganar suas vítimas. Em uma imagem previamente editada, que seria de uma conversa em aplicativo de mensagens, ele colocava a foto de um corpo feminino sem roupa, no que se via somente os seios de tal pessoa. A partir disso, ele inseria os dados das vítimas (foto de perfil e número de telefone) a fim de que quem visse aquela imagem, acreditasse que elas (as vítimas) teriam enviado a tal foto para terceiros”, ressalta.

A partir disso, o suspeito entrava em contato com as adolescentes e informava ter recebido a tal imagem, que suspostamente elas teriam enviado para alguém. Dessa forma, ele dizia ter a solução para o problema e que poderia apagar tal imagem, mas que precisava somente confirmar se a vítima era a mesma pessoa da imagem.

“Desse modo, ele atraía as moças para uma chamada de vídeo e com o pretexto de verificar se suas vítimas eram ou não a pessoa mostrada na foto, o criminoso pedia que elas lhe mostrassem partes de seu corpo no que, amedrontadas (com medo da divulgação de tal imagem em seus nomes), muitas faziam. Ocorre que neste momento (chamada de vídeo) o criminoso gravava suas vítimas”, explica o delegado. 

 Investigação

A apuração começou após uma denúncia de uma jovem que mora em Paraíso do Tocantins. Ao receber o contato do indivíduo e tendo certeza de que não havia enviado qualquer tipo de foto, a jovem rematou o ocorrido ao seu pai e logo registraram um boletim de ocorrência.  Durante a investigação, o sujeito, que utilizava de perfis falsos, acabou identificado e localizado. Durante o cumprimento de mandados judiciais, objetos foram apreendidos, no que se pode constatar a reiteração da prática delitiva.

O delegado José Lucas enfatiza que: “No decorrer das investigações, a Polícia Civil descobriu que o sujeito mantinha armazenado em dispositivos eletrônicos também imagens de pornografia relacionadas a crianças e adolescentes, sendo que a partir do que foi encontrado restou demonstrado que o ato contra a menor de Paraíso nada mais foi do que uma de inúmeras investidas dele contra adolescentes nos últimos anos”, frisou. 

 O Delegado esclarece, ainda, a importância do trabalho pericial no caso: "sem sombra de dúvidas, o trabalho do Núcleo de Computação Forense da Polícia Científica foi imprescindível para a descoberta da prática criminosa e entender como agia o criminoso”, disse.  Ao perceber que seria descoberto, o suspeito deletou parte do conteúdo armazenado em seu computador. Porém, o material foi devidamente recuperado durante a condução dos exames periciais

O delegado informou que o sujeito foi indiciado pelos crimes previstos nos artigos 241-B (armazenar imagens pornográficas de crianças e adolescentes) e 241-C (simular participação de menores em cenas de nudez/pornografia) do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8069/90.

“Ainda existe a possibilidade de outros crimes serem imputados ao suspeito, já que os dados encontrados foram remetidos à Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos, a fim de que outras vítimas possam ser identificadas”, finalizou.