O policial militar Leandro Marques de Castro, envolvido na morte de Wilque Romano da Silva em janeiro deste ano, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE-TO) por homicídio duplamente qualificado. De acordo com o órgão, o PM adulterou a cena do crime, colocando uma arma ao lado da vítima, para simular situação de legítima defesa. Na denúncia o MPE pede ainda que o denunciado seja julgado pelo Tribunal do Júri.

Conforme o Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) do MPE e a Promotoria de Justiça de Formoso do Araguaia que efetuaram a denuncia, a motivação do crime é considerada fútil, como a justificativa de que Romano teria ignorado uma ordem de parada. “O crime foi praticado por um agente do Estado, em viatura oficial, acompanhado de outros policiais, em desfavor de uma vítima desarmada que foi atingida pelas costas”, explica.

Na denúncia, o MPE evidencia ainda as contradições nos depoimentos dos policiais que participavam da ação de patrulhamento, a não confirmação de álibi do PM Castro que disse, em seu depoimento, ter pegado a sacola plástica que serviu para acondicionar os pertences da vítima com um morador vizinho e também a ausência de impressões digitais da vítima em uma arma que foi supostamente encontrada em seu poder.

Caso

O jovem Wilque Romano da Silva foi morto após ser baleado por policiais militares  no dia 3 de janeiro deste ano, em Formoso do Araguaia. A perícia constatou que os dois disparos contra a vítima foram efetuados pelas costas.

Os policiais alegaram que atiraram após o rapaz mostrar uma arma. Uma testemunha gravou um vídeo, a cinco metros do local, que mostra os policiais mexendo no corpo com luvas cirúrgicas e recolhendo objetos.

Segundo o MPE, o crime aconteceu quando um grupo da Força Tática da Polícia Militar realizava patrulhamento de rotina nas ruas, em viatura conduzida pelo policial Leandro de Castro. Quando os PMs cruzaram com a motocicleta conduzida pela vítima, foi dada uma ordem de parada, que não foi atendida pelo condutor.

Ainda de acordo com o Ministério, em seguida a moto foi interceptada pela viatura e Romano foi atingido nas costas, por disparos de uma pistola semiautomática de uso restrito, resultando na sua morte ainda no local do crime.

 O Jornal do Tocantins solicitou posicionamento da Policia Militar sobre o caso e aguarda retorno.