Atualização às 16h58

Na manhã desta quarta-feira, 4, aproximadamente 40 policiais federais estão nas ruas do Tocantins, Pará, Maranhão e Distrito Federal cumprindo mandados judiciais contra um grupo criminoso responsável por invasões ao sistema da Caixa Econômica Federal e alteração de quase 12 mil endereços de pessoas que recebiam Seguro-Desemprego para roubar o benefício. Conforme a PF, ao todo são oito mandados de busca, seis de prisão temporária além de um afastamento cautelar de função pública.

A operação denominada Mensageiro ocorre nas cidades de Palmas, Gurupi, Oliveira de Fátima, Parauapebas (PA), Canaã dos Carajás (PA), Imperatriz (MA) e Brasília (DF). Todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas.

As investigações apontam que o grupo invadia o sistema da Caixa e alterava os endereços de cidadãos que recebem regularmente o Seguro-Desemprego. Com isso, pedia-se o envio de outro cartão do cidadão ao novo endereço colocado e acabavam recadastrando as senhas nas casas lotéricas e efetuando saques do seguro-desemprego. Quando o verdadeiro titular ia sacar seu benefício, já não tinha mais saldo em conta.

A PF prevê um prejuízo de aproximadamente R$ 15 milhões ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Os investigados deverão responder, com base em suas participações, por associação criminosa, estelionato majorado, corrupção ativa e passiva, tendo penas que podem chegar a mais de 26 anos de prisão.

Mensageiro

O nome da Operação se deve ao fato de a associação cooptar funcionários dos Correios para a entrega irregular dos cartões.

Posicionamento

Em nota, os Correios informaram que "um dos suspeitos detido pela Operação não faz parte do seu quadro de empregados", além disso, a empresa não compactua com práticas ilícitas e  sempre que detectar atividade suspeita ou irregular realiza a abertura de  processo administrativo para apuração de fatos e aplicação de penalidades.

A Caixa Econômica Federal informou que a investigação trata de ocorrências verificadas entre novembro de 2017 e agosto de 2018, quando o banco atuou proativamente junto à Polícia Federal, disponibilizando as informações para a averiguação. Conforme nota enviada pela instituição financeira, não havia sido identificada invasão do sistema para alteração dos endereços ou de senhas nas unidades lotéricas, "considerando que as modificações se deram por meio do uso de credenciais das empresas envolvidas na ocorrência". 

"Eventuais contestações de saques podem ser formalizadas pelos beneficiários nas SRTE/Sine vinculadas ao Ministério da Economia. Para os casos em que houver constatação de saque fraudulento, o beneficiário será ressarcido. A Caixa reforça que realiza monitoramento das transações de pagamento de benefícios sociais com o objetivo de coibir eventuais ocorrências de fraudes", disse em nota.