A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira, 13, quatro mandados de busca e apreensão contra produtores rurais, familiares, empregados e gerentes de banco que teriam realizado financiamentos rurais, com desvios de finalidade e em nome de terceiros, para cobrir outros financiamentos rurais anteriores, sem o devido plantio de lavoura vinculado à liberação do crédito.

De acordo com a Polícia Federal, a operação, que recebeu o nome Planta de Crédito,  cumprem os os mandados de busca e apreensão nas cidades de Palmas, Colmeia, Colinas do Tocantins e Palmeirante, todos expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas.

Ainda segundo a PF, durante as investigações a corporação apurou que um grupo familiar se utilizava de empregados para requerer financiamentos rurais. Após a concessão dos empréstimos, os valores eram repassados para este grupo que quitava financiamentos anteriores. A liberação do crédito contaria com a participação de funcionários da instituição financeira concedente, que receberam benefícios para aprovação dos financiamentos. O montante das operações de crédito é de pelo menos R$ 1,2 milhão de reais.

A Polícia Federal também constatou que os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de fraude em financiamento bancário, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa. As penas somadas podem ultrapassar 28 anos de reclusão, bem como podem ter bens penhorados para ressarcir a instituição financeira vítima.

Na visão da PF, a operação deflagrada pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Tocantins fortalece a proteção ao crédito do produtor rural e coíbe o desvio de recursos destinados ao desenvolvimento socioeconômico da região. 

Com a ação, a Polícia Federal espera colher outros elementos probatórios em desfavor dos investigados e de eventuais envolvidos que tenham participado ou se utilizado da fraude e de seus recursos.

Planta de Crédito

De acordo com a polícia, o nome “Planta de crédito” refere-se à prática de sucessivos financiamentos de lavoura sem a efetiva produção rural, denotando que a única semente efetivamente plantada eram contratos bancários.