Em sessão conjunta realizada na manhã desta segunda-feira (21), parlamentares de oito países decidiram reinstalar o Parlamento Amazônico, que estava inativo havia quase uma década. Um dos principais objetivos do grupo é a proteção da Floresta Amazônica, que vem sofrendo com o aumento do desmatamento e de crimes ambientais.

Os parlamentares oficializaram nesta manhã a instalação de uma nova assembleia do Parlamento Amazônico e escolheram um novo conselho diretor. O presidente será o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que foi eleito em votação simbólica, por unanimidade.

Os outros sete países do bloco vão indicar representantes para a vice-presidência.

Os representantes brasileiros são, além de Trad, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Eduardo Braga (MDB-AM); Plínio Valério (PSDB-AM) e Telmário Mota (PROS-RR) e os deputados José Ricardo (PT-AM), Léo Moraes (Podemos-RO), Maria Perpétua de Almeida (PC do B-AC), Marcelo Ramos (PL-AM) e Camilo Capiberibe (PSD-AP).

Segundo os parlamentares ,o Parlamento funcionará como um fórum de integração, fora da esfera dos governos nacionais.

"Dentre os principais objetivos do Parlamento Amazônico, vale destacar a integração da região, a defesa da democracia, a pluralidade política e ideológica como base de uma comunidade amazônica democraticamente organizada, com respeito à ordem jurídica, não intervenção e segurança internacional da Amazônia e ações de cunho ambiental contra o aquecimento global", afirmou Trad na sessão.

A reinstalação do Parlamento Amazônico acontece no fim de um ano marcado por recordes de desmatamento e de queimadas, em especial na parte brasileira da floresta.

Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que de agosto de 2019 a julho de 2020, período base usado na aferição do instituto, foram derrubados 11.080 km² de floresta,  um salto de 9,5% em relação ao período de 12 meses anterior. Além disso, as queimadas no bioma destruíram 76 mi km².

O Parlamento Amazônico foi criado em 1988, reunindo Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A Guiana Francesa também faz parte do parlamento, mas não participou das últimas reuniões que discutiram a sua reativação.

O objetivo era propor políticas integradas para a região da Floresta Amazônica e melhorar a relação entre os países com territórios na região para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. O último evento do fórum, porém, ocorreu em 2011.

Além da defesa da floresta em si, segundo seus integrantes, o Parlamento deve tratar das questões relacionadas às populações indígenas e dos interesses econômicos e nacionais na região.