Natural de Ballina, Irlanda do Sul, onde nasceu a 5 de novembro de 1940, o filho primogênito de uma família que tem dois padres e uma freira, Martin Francis Keveny, completa 54 anos de sacerdócio, nesta sexta-feira, 19. 

Isolado desde maio em razão da pandemia em residência de uma família em Colinas, onde atua desde dezembro de 1994, o padre não pode comemorar a data em missa presencial e vai celebrar a missa em forma de live. Desde que entrou em quarentena, Keveny faz chamadas diárias para fiéis e amigos, todos os dias às 19 horas, quando celebra uma missa. 

Keveny lembra a ordenação, aos 26 anos, em 19 de junho de 1966 com outros 54 seminaristas e da alegria de morar no Tocantins. “Eu sou muito feliz pelo sacerdócio e também por viver em Colinas, e hoje, 19 de junho, dia dedicado ao Sagrado Coração de Jesus é motivo de gratidão, porque há exatos 54 anos, recebi minha ordenação no Seminário São Patrício, das mãos do Arcebispo de Dublin, John Charles Mc’ Quaid, na cidade de Maynooth, no condado de Kildare," afirma o religioso.

Filho de Martin Francis Keveny e Mary Ann Keveny, Martin é o mais velho de cinco filhos. Além dele, Valentino Keveny, que é padre em Washington  DC, e  Fionualla Keveny, que é freira,  artista plástica e professora de artes, seguiram a vida religiosa. Os outros irmão são Joe Keveny, que é contador em Dublin, e o fazendeiro Matt Keveny.

Após a ordenação, foi padre em Londres na Arquidiocese de Southwark, de 1966 a 1967, quando se dedicou ao trabalho com doentes. Permaneceu como vigário na Inglaterra até 1971.

Depois voltou para a diocese de Killala e atuou por cerca de 15 anos na Catedral de Ballina, onde construiu escolas e atuou como conselheiro do governo irlandês. 

No ano em que o Tocantins era criado, 1988, a convite do bispo Dom Thomas Finegan, se tornou padre em New York, entre 1988 e 1994, com atuação em três estados: New York, New Jersey e Conectin, com atenção voltada para os imigrantes.Na primeira viagem ao Brasil, em janeiro de 1982, visitou as cidades de Colinas do Tocantins e Miracema. 

Retornaria ao Brasil em junho de 1994 e se fixaria em Colinas em dezembro daquele ano, permanecendo até os dias atuais, na Paróquia São Sebastião, onde desenvolve um trabalho social e religioso reconhecido pela comunidade internacional. A atuação também o fez receber o título de cidadão tocantinense entregue pela Assembleia Legislativa.

Keveny se isolou por insistência de amigos, porque ainda continuava em suas desobrigas, mesmo após os primeiros casos de Covid-19 em Colinas e gerava preocupação na comunidade. Apesar da situação inusitada, o padre, apaixonado por futebol, encontra bom humor. “Eu cheguei em 1994 no país e ajudei o Brasil a ganhar aquela Copa do Mundo”, afirma, entre gargalhadas. Ele explica que a missa que celebra todos os dias tem como pedido o fim da pandemia. A desta sexta-feira é especial para celebrar mais de meio século dedicado ao sacerdócio.