A universitária Andressa Lustosa foi derrubada da bicicleta após sofrer uma violência sexual enquanto pedalava neste domingo (26), na cidade de Palmas, no interior do Paraná. O momento foi registrado por uma câmera de segurança e compartilhado pela própria ciclista nas redes sociais.

No registro, que já conta com mais de dois milhões de visualizações, é possível ver um carro branco se aproximando da estudante. Depois, um dos ocupantes coloca a mão para fora da janela e toca no corpo de Andressa, que perde o equilíbrio e cai no chão.

"Nós, mulheres, não temos um minutos de paz!! Saí de casa para andar de bicicleta e volto toda machucada pra casa por uma atitude covarde dessas! Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas.. estou bem, só quero que paguem pelo o que fizeram. COMPARTILHEM!!" , escreveu ela em uma rede social.

Em outro vídeo, a estudante mostra os hematomas causados pela queda, mas diz que está bem. Nos comentários, os internautas expressaram repúdio à violência e prestaram solidariedade a ela. "As mulheres não têm um minuto de paz, que absurdo!", escreveu uma internauta. "Conte com nosso apoio! Inadmissível um abuso desses.", comentou um rapaz.

O escritório de advocacia onde Andressa faz estágio também usou as redes sociais para prestar solidariedade a ela. "O ato repugnante e de extrema covardia deixa evidente, mais uma vez, que o sexismo enraizado na sociedade é um problema grave, que põe em risco, diariamente, a vida e a integridade das mulheres, unicamente pelo fato de ser mulher."

De acordo com pesquisa dos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva divulgada em 2019, 97% das mulheres afirmam que já foram vítimas de assédio sexual no transporte público, carros aplicativo ou em táxis. Já segundo dados do Ministério Público do Trabalho, denúncias de assédio sexual no trabalho cresceram 64,7% entre 2015 e 2019.

Em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, da TV Globo, Andressa disse que já fez um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado. "Está na hora de alguém tomar uma atitude . A gente não está aguentando mais esse tipo de situação. É humilhantes nós, mulheres, não podermos sair pra rua fazer uma atividade física por medo", disse ela.