Município ao nordeste do Tocantins, a 270 km de Palmas, Lizarda enterrou no final de semana seu primeiro paciente confirmado de Covid-19. Luiz Pulgas tinha 68 anos e fazia tratamento oncológico. Estava internado em hospital privado em Palmas quando faleceu, mas só teve a confirmação para a doença causada pelo novo coronavírus após ser enterrado, o que exigiu da secretaria da Saúde que promovesse o isolamento dos familiares do paciente. O secretário de Saúde do município, Laerte Batista Nunes, explica a situação nessa entrevista.
 
Gostaria de conversar sobre o monitoramento dos parentes do seu Luiz Pulgas, que faleceu de Covid-19, mas teve a confirmação da doença após ter sido enterrado. Como está sendo feito, quantas pessoas estiveram no velório é nesse sentido a entrevista para o JTo.
Primeiro, assim, nós que recebemos o resultado laboratorial, inclusive ele saiu no boletim epidemiológico do Estado. Então nós, recebemos do Lacen, o resultado positivo, que ele havia testado para Covid-19. Na verdade, ele é paciente da rede privada, embora ele esteve na UPA um dia antes de ir para o hospital particular, que ele tem plano de saúde. E após isso, ele acessou a rede privada e já ficou internado, durante três dias. Aí ele testou positivo. E, na verdade, pode não ter sido única e exclusivamente a causa, porque ele já fazia tratamento de um câncer. Que não é uma informação que consta, que ele tem uma certidão de óbito, que consta uma outra causa. 
 
É que o atestado traz o câncer como causa principal, mas tem a secundária, a terciária...
Pois é. Isso. É porque, às vezes, houve uma interpretação de que a gente pudesse estar falando. Mas nós, enquanto secretaria municipal de saúde, a gente não emite uma opinião se a gente não tiver as confirmações do que já atendeu o paciente.
 
A informação que temos é que o seu Luiz Pulgas tinha câncer, se internou no hospital, lá ele faleceu, o corpo foi liberado para sepultamento antes de confirmar que havia contraído a Covid-19 só depois que havia sido enterrado houve a confirmação para Covid-19.
Isso. Exatamente.
 
Como foi o velório?
O velório foi num período curto, a gente não teve a informação, não foi repassado para nós que ele era suspeito de Covid-19 que havia coletado material, portanto a gente não tinha como seguir um protocolo, porém o caixão veio lacrado, os familiares tiveram o cuidado de não deixar as pessoas se aproximarem, foi seguido isso, as pessoas estavam com máscaras, tinha álcool em gel, tudo muito respeitoso nesse sentido. 

A Secretaria identificou quantas pessoas participaram do velório e como está sendo feito o monitoramento?
O primeiro passo fizemos um levantamento, porque não foram muitas as pessoas que tiveram contato próximas com ele, mais a esposa, filhos e netos que tiveram. Essas pessoas, a gente colocou em isolamento domiciliar e alguns parentes mais próximos, o irmão dele, a cunhada, e essas pessoas a gente está notificando.
 
Alguém está sintomático na cidade?
Não temos ninguém apresentando sintomas na unidade não apresentou nenhum caso, tanto contactantes dele, quanto familiares, assim como dentro da comunidade também não tem. A gente faz fronteira com Maranhão (Alto Parnaíba) e fica próximo do Piauí (Santa Filomena, a mais próxima) e estamos fazendo o trabalho de barreira e de conscientização.
 

Errata

A primeira versão dessa matéria continha a informação de que o paciente se internara no hospital da Unimed em Palmas, informação conferida com o secretário de Lizarda. Contudo, após a publicação, o hospital da Unimed negou que o paciente tenha sido tratado e ido a óbito naquela unidade. A informação foi suprimidida dia 7 de maio às 15h09.