Nesta segunda-feira, 19, a rede de saúde pública de Palmas recebe a visita do líder do Programa Global de Hanseníase, Erwin Cooreman, que vem à Capital para conhecer de perto o Programa Palmas Livre de Hanseníase.

Cooreman é um dos consultores e colaboradores da Organização Mundial de Saúde (OMS) na implantação da Estratégia Global de 2016-2020 - proposta que servirá de base para o Ministério da Saúde (MS) traçar ações com foco em reduzir a carga da hanseníase no Brasil, oferecendo cuidados mais completos e oportunos com base nos princípios de equidade e justiça social.

Conforme a Prefeitura de Palmas, pelo êxito do programa, que vem sendo desenvolvido desde o segundo semestre de 2016, a OMS juntamente com a Fundação Sasakawa destinou ao Brasil um recurso por meio do Fundo Especial da Declaração de Bangkok para reproduzir o modelo adotado por Palmas no tratamento e diagnóstico precoce da hanseníase para 18 municípios endêmicos em seis estados do País. 

Programação

O especialista Dr. Erwin Cooreman fará às 8h30 no gabinete da prefeita em exercício, Cinthia Ribeiro, onde fará uma breve apresentação da proposta, dos resultados, as novas ações e os resultados esperados serão demonstrados. Em seguida, Cooreman conhecerá as instalações do primeiro Ambulatório de Atenção à Saúde de Palmas (Amas), que oferecerá atendimento especializado em Neurólise, Eletroneumiografia, Dermato-Sanitária para os pacientes em tratamento da hanseníase.

Já no período da tarde, a partir das 14 horas, o consultor segue para o Centro de Saúde da Comunidade da 1.003 Sul, para conhecer parte do processo de capacitação das equipes das unidades. 

O especialista Jaison Barreto fala do trabalho realizado em Palmas explicando que a Hanseníase que antigamente era chamada de Lepra ainda carrega muito preconceito. “Muitos profissionais têm medo de atender porque têm receio de pegar a doença, acham que é altamente contagiosa. Então a gente tem que recuperar o prejuízo, ensinando o indivíduo depois que ele se forma. E a única forma é mostrar que hanseníase não é aquele mito todo, que pode tocar no paciente sem luva, não precisa máscara”, destaca.

De acordo com Barreto, a maior parte dos pacientes diagnosticada em 2016 foi pelos profissionais de saú​de de Palmas após o treinamento.  “Fechamos o ano com mais de 700 casos. Ficaram muitos anos com 100 a 150 por ano, ou seja, havia uma demanda reprimida muito grande. Tínhamos um número de casos pequenos em relação ao que se tem hoje, só que casos bem avançados e pacientes que tratavam uma, duas, três, quatro vezes e não curavam nunca”, conta ele, acrescentando que nem sempre a orientação chegava até os familiares. 

“Na verdade o paciente tomava o remédio, mas seu pai, sua mãe, a família não sabia que também estava doente e o paciente não curava nunca. Então mais próximo da casa do paciente, tem total atenção, tanto do ponto de vista de medicação, das intercorrências, acompanhamento das complicações”, aponta.