A cada dia as pessoas devem ter mais cuidado com o que postam nas redes sociais. Já houve casos no Judiciário em que solicitantes dos benefícios da gratuidade judiciária foram surpreendidos em audiência com o indeferimento do pedido, por parte do juiz, porque postaram fotos no Facebook ostentando viagens internacionais, celulares caros e até carros de luxo.  Alguém que vive nessas condições pode, por óbvio, arcar com as despesas do processo. E há os que não conseguem fazer nada sem mostrar ao mundo. Até mesmo fotos de pratos de comida são postados à exaustão.
 
Também é comum que pessoas se deixem filmar em momentos íntimos com o parceiro ou parceira e, quando finda o relacionamento, sofrem o constrangimento de ver expostos os vídeos impublicáveis. As redes sociais são uma janela para o mundo, mas o ambiente virtual, muitas vezes, passa a sensação de liberdade e alguns se sentem encorajados a dizer o que pensam, sem se preocupar com as consequências, daí o grande número de ações judiciais por calúnia, injúria e difamação, além de ameaça, as quais são perpetradas via internet. Há, inclusive, discussão em torno da criação dos Juizados Especiais Digitais, apenas para tratar dessas questões.
 
Agora os Estados Unidos irão exigir histórico das redes sociais para a liberação de visto. Cerca de 15 milhões de pessoas serão afetadas com essa medida, segundo informação do próprio governo americano. A exigência é que se apresente um histórico do solicitante do visto dos últimos cinco anos nas redes sociais, sob pena de não ser concedido o documento. Tal medida passará a vigorar daqui a sessenta dias, conforme informou reportagem da CNN. Também serão solicitados o e-mail e o telefone dos requerentes. Segundo alegam as autoridades americanas, essa nova regra ajudará a prevenir atividades criminosas e a entrada de terroristas no país.
 
Em Belo Horizonte (MG), Luiz Gustavo, proprietário da empresa Lead Comunicações, desenvolveu um serviço de Monitoramento Digital (Modi), que consiste em fazer rastreamento nas redes sociais para obter informações que interessam a empresas privadas, órgãos governamentais, entidades e até aos escritórios de advocacia, quando estes buscam alguma prova para instruir processos. Para ele, as redes sociais são caminhos sem volta e todos os que trafegam pela internet deixam rastros. Além disso, tudo o que se consegue aferir por meio da rede é, quase sempre, produzido pela própria pessoa rastreada.