Dídimo Heleno

Muita gente ainda não percebeu que bradar contra pessoas e instituições pode não ser um bom negócio. Ivan Rejane Fonte Boa Pinto ainda não entendeu a situação e, por conta de ameaças nas redes sociais contra o Supremo Tribunal Federal, seus ministros e políticos, como o ex-presidente Lula (que está solto e à frente nas pesquisas), o ministro Alexandre de Moraes decretou no último domingo a prisão preventiva do gajo. 
 
Ele havia sido preso no último dia 27, em Belo Horizonte (MG), depois de ter publicado vídeos prometendo “caçar” (vide matéria nesta coluna, intitulada “Temporada de caça”) os membros do STF e figuras como Luiz Inácio, além do deputado federal Marcelo Freixo (PSB)  e a deputada Gleisi Hoffmann (PT). Nessa mesma decisão foi determinado o bloqueio das suas contas nas redes sociais, tendo a prisão temporária sido prorrogada por cinco dias. 
 
Após tudo isso, a Polícia Federal pediu a conversão da prisão em preventiva, apontando que a perícia no celular e notebook do homem identificou listas de distribuição nos aplicativos WhatsApp e Telegram. Inúmeros usuários receberam vídeos e manifestaram admiração e incentivo às ideias do ameaçador. A Procuradoria-Geral, por sua vez, pediu a prisão domiciliar de Boa Pinto, com uso de tornozeleira eletrônica. O ministro Moraes considerou pertinente o encarceramento para a “garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal”, tendo em vista a “efetiva cooptação de terceiros para atos violentos”.
 
Boa Pinto não se intimidou com a prisão e, no mesmo dia em que já estava no xilindró, divulgou outro vídeo com ataques ao STF e debochou da possibilidade de ser preso. O ministro Alexandre de Moraes ficou indignado com tamanha ousadia e decidiu que “somente com a restrição da liberdade foi possível interromper a prática criminosa”, desabafou. (Pet. 10.474).