Dídimo Heleno

Semana passada foi deflagrada a operação “E$quema S”, cuja finalidade era a de desarticular suposta estrutura irregular de pagamentos a escritórios de advocacia que estariam atuando junto ao ex-presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz. As investigações apontam desvio de ao menos R$ 151 milhões em recursos de entidades pertencentes ao denominado “Sistema S”. 

Essa operação, inclusive, alcançou filhos de ministros de cortes superiores que atuam como advogados em tribunais. Para a ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça Eliana Calmon, também ex-corregedora nacional de Justiça, “são uns meninos e estão todos milionários. Esse é um problema antigo, mas nos últimos tempos se agravou muito, E não são só filhos, são mulheres dos ministros”, disse à Revista Crusoé. 

A ex-ministra lembrou, ainda, que quando estava exercendo o cargo de corregedora nacional de Justiça foi aprovada a lei proibindo o nepotismo e o escândalo que é a advocacia administrativa se agravou. Ela diz ter combatido muito isso, mas adquiriu algumas “malquerenças”, pois os colegas ficavam furiosos. 

Da denúncia, extrai-se que “entre fevereiro e maio de 2014, de forma livre e consciente, Cristiano Zanin, com a ajuda também livre e consciente de Fernando Hargreaves e aquiescência de Eduardo Martins, solicitou e obteve de Orlando Diniz a contratação de Eduardo Martins, pela quantia de R$ 75.500.000,00, a pretexto de influir em atos praticados por ministros do Superior Tribunal de Justiça. (Exploração de prestígio, art. 357, caput, do Código Penal – Conjunto de fatos 23)”. Eduardo Martins é filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Humberto Martins.