A senadora Selma Arruda, do PSL, que era juíza linha-dura conhecida como “Moro de saias” teve o seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso no último dia 10, pois houve o entendimento de que ela cometeu caixa dois e abuso de poder econômico por ter realizado gastos eleitorais antes do período permitido, utilizando-se de um contrato de empréstimo.
 
Ela foi considerada inelegível pelos próximos oito anos e o TRE de Mato Grosso enviou os autos ao Ministério Público para que este apure indícios de falsidade ideológica no contrato de empréstimo. A defesa informou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral e diz que “a jurisprudência é no sentido de que não se caracteriza o abuso de poder econômico o uso de recursos próprios na campanha antes do período eleitoral, como foi o caso”.
 
Em nota, a senadora, que sempre se intitulou “Moro de saias” quando era juíza, se disse tranquila com o seu mandato cassado. Quando era magistrada ficou conhecida por sua insistência em negar os pleitos das defesas e de se vangloriar como protagonista no combate à corrupção. Entre advogados era conhecida por se negar a soltar presos, mesmo quando a ordem vinha do Supremo Tribunal Federal.
 
Um dos casos em que atuou e que se tornou emblemático foi quando a “Moro de saias” insistiu na prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Riva. À época, o ministro Gilmar Mendes concedeu a ordem de habeas corpus, por não ver motivos para a prisão preventiva, mas a então magistrada desobedeceu. Dias depois se declarou incompetente após o Ministério Público apontar que deputados estaduais da ativa, com prerrogativa de foro no Tribunal de Justiça, eram investigados.