Dídimo Heleno
 
Raul Jungmann foi ministro da Segurança Pública e da Defesa no governo de Michel Temer e, domingo passado, enviou uma carta ao Supremo Tribunal Federal alertando para o fato de que a política armamentista do governo Bolsonaro pode ser o estopim de uma guerra civil no Brasil, o que repetiria as cenas vistas no Capitólio americano, nas eleições de 2022.
 
“O armamento da população proposto — e já em andamento —, atenta frontalmente contra o seu papel constitucional, e é incontornável que façamos a defesa das nossas FFAA (Forças Armadas) brasileiras. É inafastável a constatação de que o armamento da cidadania para ‘a defesa da liberdade’ evoca o terrível flagelo da guerra civil, e do massacre de brasileiros por brasileiros, pois não se vislumbra outra motivação ou propósito para tão nefasto projeto”, enfatizou o ex ministro.
 
E continua: “Ao longo da história, o armamento da população serviu a interesses de ditaduras, golpes de Estado, massacre e eliminação de raças e etnias, separatismos, genocídios e de ovo de serpente do fascismo italiano e do nazismo alemão. No plano da segurança pública, mais armas invariavelmente movem para cima as estatísticas de homicídios, feminicídios, sequestros, impulsionam o crime organizado e as milícias, estando sempre associadas ao tráfico de drogas”.