Sobre críticas feitas ao então juiz Sergio Moro, um dos procuradores que participou dos diálogos revelados pelo site The Intercept Brasil disse em recente entrevista ao jornal Correio Braziliense, na condição de anonimato, que se recordava “dos diálogos com os procuradores apontados pelo site. O grupo não existe mais. No entanto, me lembro do debate em torno do resultado das eleições e da expectativa sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça”, afirmou. Esse mesmo procurador disse que conseguiu recuperar parte das mensagens do grupo, tendo percebido que “os trechos divulgados não são de diálogos completos. Tem mensagens anteriores e posteriores às que foram publicadas. No entanto, realmente ocorreram. Não posso atestar que tudo que foi publicado até agora é real e não sofreu alterações. No entanto, aquelas mensagens que foram publicadas sexta são autênticas”, completou.

Nessas conversas citadas pelo procurador, os envolvidos levantam dúvidas sobre a imparcialidade do então juiz Moro e alguns qualificaram de “erro crasso” o fato de ele aceitar o convite para ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Nos mesmos diálogos, os procuradores Ângelo Augusto Costa e Monique Cheker dizem não confiar no juiz: “Moro é inquisitivo, só manda para o MP quando quer corroborar suas ideias, decide sem pedido do MP (variasssss vezes) e respeitosamente o MPF do PR sempre tolerou isso pelos ótimos resultados alcançados pela lava jato”, conclui a procuradora Monique no grupo. Para o ministro Moro, tudo isso não passa de fofoca de procuradores, a maioria de fora da Lava-Jato. A procuradora Monique Cheker emitiu nota dizendo não reconhecer os diálogos sobre Moro.