O sistema PJe ficou instável (redundância?), o que obrigou o desembargador César Marques Carvalho, no exercício da presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região a assinar ato suspendendo os prazos dos processos em curso na Justiça do Trabalho sob jurisdição da referida Corte entre os dias 8 e 12 de julho, última sexta-feira.
 
Há uma grande discussão em torno dos sistemas processuais eletrônicos PJe e e-Proc, este último adotado pelo Judiciário Tocantinense e também pelo Tribunal Regional da 4ª Região, além de outros mais. Recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) parar de enviar dinheiro a tribunais que não usam o PJe. Chegou-se a esse ponto.
 
Ocorre que aqueles que têm contato com o e-Proc percebem que se trata de um sistema simples, prático e funcional. O PJe é até motivo de memes nas redes sociais, o terror de muitos profissionais que perdem os cabelos e, às vezes, a cabeça ao manuseá-lo, alegando travamentos e outros infortúnios, além de exigir máquinas mais potentes e sofisticadas e, portanto, mais caras, para processá-lo.
 
O Tribunal de Justiça do Tocantins, inclusive, aderiu recentemente ao e-Proc nacional e todos nós torcemos para que essa relação se consolide cada vez mais. Chega a ser injustificável que haja uma pressão para impor o PJe como padrão no Judiciário, quando se sabe que o e-Proc é muito mais amado pelos profissionais da área jurídica.
 
A OAB Tocantins, de forma acertada, manifestou sua preocupação com as medidas tomadas pelo CNJ por recomendação do TCU. Há uma tentativa de forçar a adoção do PJe, mas ninguém parece se interessar, até porque são muitos os exemplos de profissionais que tiveram péssimas experiências com ele.
 
A pergunta óbvia que surge é a seguinte: se o e-Proc é tão bom, por qual razão não o adotam como padrão nacional? Penso que, entre outras razões, isso se dá porque  tribunais seculares do Brasil a ele não aderiram. Portanto, carece de lobby  influente.
 
Querem nos empurrar goela abaixo o indigesto PJe, mas não será fácil enfrentar essa hoste de amantes do e-Proc, que tantas facilidades trouxe aos profissionais.  
 
Alguns alegam que o PJe é mais seguro, embora não se saiba de uma pane ocorrida no sistema e-Proc ou outra falha significativa que o tenha colocado em xeque. O PJe ainda não conseguiu conquistar os corações da maioria, essa que é a verdade. Sugiro ao CNJ que faça o contrário e condecore os tribunais que, de forma sensata, optam por um sistema que, de fato, funciona.