Dídimo Heleno
 
O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, emitiu um voto de quase cinco horas na sessão da última quarta-feira, numa tentativa de explicar liminar que havia concedido em favor do senador Flávio Bolsonaro e que desaguou na suspensão de investigações e compartilhamentos de dados sigilosos por meio do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), hoje Unidade de Inteligência Financeira (UIF).  
 
O inusitado de tudo isso não é o tempo que o ministro levou para proferir seu voto, até porque estamos cansados de ouvir, por horas, o juridiquês e a erudição de muitos jurisconsultos. O que chama a atenção é que ele conseguiu muito mais obscurecer do que esclarecer alguma coisa. E pela primeira vez na história do Supremo a assessoria de um ministro veio a público para dizer que no dia seguinte o autor do voto faria breve explanação para explicar o que disse no dia anterior. Inacreditável.