Na noite de segunda-feira, 6, o Jornal Nacional mostrou a reportagem sobre o esforço dos indígenas para coibir invasões na Ilha do Bananal, da repórter Ana Paula Rehbein, da TV Anhanguera.

A reportagem mostra que a Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estão investigando invasões em terras indígenas na maior Ilha fluvial do mundo, no Tocantins.

A matéria pode ser assistida neste link e se encontra reproduzida logo abaixo.

Confira a matéria na íntegra

A Polícia Federal e o Ibama estão investigando invasões em terras indígenas na maior ilha fluvial do mundo, no Tocantins.

No local que deveria ser de mata preservada, os fiscais encontraram uma fazenda clandestina.

“Olha o tamanho dessa estrutura, olha os currais, casas. Aqui tem criações de porco, tem tudo aqui”, diz um fiscal.

A Ilha do Bananal é lar de 7 mil indígenas de três etnias. Por lei, essas terras só podem ser exploradas pelos próprios indígenas.

“Uma das funções prioritárias das terras indígenas é a proteção dos povos que ali habitam e dos recursos naturais que existem lá dentro”, afirma Carlos Vinícius Ferreira, chefe da Divisão Técnica do Ibama Tocantins.

A pesca predatória com redes, chamada de arrastão, é um dos crimes que preocupam.

“A gente tem diversas denúncias dos arrastões com a questão do tráfico do peixe. Além, agora, da questão da madeira, porque as pessoas estão entrando para retirar a madeira e fazer a venda. Além disso tudo, nós também temos agora a caça, que antes não era praticada”, diz Rafaella Karajá, coordenadora técnica da Funai.

Em outro ponto da ilha, na Mata do Mamão, a situação é ainda mais crítica. Além das invasões, um grande incêndio que durou quase três meses destruiu 54 dos 60 mil hectares da vegetação nativa. Os fiscais do Ibama e do ICMBio, o Instituto Chico Mendes, estão investigando o que provocou o fogo.

Preocupadas, as comunidades indígenas se mobilizam. Algumas aldeias da Ilha do Bananal decidiram criar equipes de vigilância. Os indígenas andam por todo o território e fazem um mapeamento da área. Eles fecham as estradas clandestinas para evitar a entrada dos invasores em locais como o Rio Verdinho, considerado sagrado para os indígenas.

“O rio procurado pelos invasores pelo fato de ser um rio muito rico em várias espécies de peixe. Então, para nós, é um local sagrado e é o local onde a gente tira o nosso sustento”, afirma o cacique Micael Javaé.

O trabalho das equipes é realizado dia e noite. Eles monitoram as margens de rios e improvisam bloqueios com galhos e árvores nos acessos irregulares. Em alguns casos usam cercas e correntes. A anciã da Aldeia Boa Esperança diz que a medida é essencial para garantir o futuro das próximas gerações.

"Muito bagunçado e, por isso, nós estamos controlando, porque as crianças estão crescendo. Onde que vai comer não tem, né? E tem que controlar um pouco”, diz Luciane Javaé, anciã da Aldeia Boa Esperança.